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Política

Nepotismo existe desde que o Brasil é Brasil, diz presidente do Conselho de Ética

16 jul 2009 - 13h57
(atualizado às 15h52)
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Keila Santana

Direto de Brasília

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), minimizou as cobranças para que seja isento na análise dos cinco processos contra o senador José Sarney (PMDB-AP) e diz que a opinião pública é volúvel. Duque segue a linha do relator da Câmara, deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) que disse se "lixar" para a opinião pública, e disse que não tem medo de ser cobrado pelas decisões que tomar no Conselho de Ética.

Senador Paulo Duque (PMDB-RJ) foi eleito presidente do Conselho de Ética do Senado
Senador Paulo Duque (PMDB-RJ) foi eleito presidente do Conselho de Ética do Senado
Foto: Jonas Pereira / Agência Senado

O senador Paulo Duque até ironiza a pressão que a sociedade pode fazer sobre ele. "Quem faz opinião pública são os jornais, tanto que eles estão acabando. A opinião pública é muito volúvel, ela flutua. A opinião pública bota 100 mil pessoas para ver a Madonna no Maracanã, o Roberto Carlos", disse.

Paulo Duque disse que só vai analisar os processos que estão no Conselho de Ética contra o senador Sarney em agosto, depois que retornar do recesso. Ele negou que esteja antecipando o julgamento quando afirmou que atos secretos são bobagens. "São cinco processos que, por enquanto, estão todos respeitosamente guardados e não analisarei nada agora. Vou cumprir o regimento", disse.

Questionado sobre a suposta afirmativa dele de que o Psol não existe, o senador Paulo Duque negou que tenha desprezado a importância do partido que apresentou o primeiro pedido de cassação do senador Sarney por quebra de decoro. "A única coisa que eu disse é que o Psol é um partido pequeno, o PT também era e cresceu. O Psol também pode crescer", afirmou.

O senador Paulo Duque evitou comentar as recentes denúncias contra o senador José Sarney. Ainda assim, minimizou o peso das acusações de nepotismo. "Nepotismo existe desde que Brasil é Brasil. Pero Vaz de Caminha, lá no descobrimento, pediu emprego para o cunhado", relatou em tom histórico.

O presidente do Senado, José Sarney, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, aparece em gravações da Polícia Federal negociando a contratação do namorado de uma neta. Também em gravações, o neto de Sarney, João Fernando Sarney, contratado como assessor parlamentar no Senado, conversa com o pai Fernando Sarney, pedindo dinheiro para comprar um carro. O pai respondeu que ele já recebia R$ 7 mil do Senado e mais R$ 5 mil de mesada.

Fonte: Especial para Terra
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