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Política

Não podemos demonizar o PCdoB, diz líder do governo na Câmara

26 out 2011 - 17h33
(atualizado às 17h37)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O líder do governo na Câmara Federal, Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta quarta-feira, após participar da posse de Ana Arraes como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), que não se pode "demonizar" o PCdoB diante das denúncias de que o partido geria um esquema de desvios de verbas no Ministério do Esporte. Vaccarezza exaltou a sigla como "importante aliada do governo".

<p>No dia 15 de março, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira substituição na Esplanada dos Ministérios em 2013, trocando o pedetista Brizola Neto (dir.) pelo secretário-geral da legenda, Manoel Dias (SC), no comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ele já havia sido cotado para comandar o MTE quando Carlos Lupi caiu por denúncias de corrupção. Dias é um pedetista histórico e ajudou a fundar o partido em 1980 ao lado de Leonel Brizola e de Dilma Rousseff</p>
No dia 15 de março, a presidente Dilma Rousseff fez sua primeira substituição na Esplanada dos Ministérios em 2013, trocando o pedetista Brizola Neto (dir.) pelo secretário-geral da legenda, Manoel Dias (SC), no comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ele já havia sido cotado para comandar o MTE quando Carlos Lupi caiu por denúncias de corrupção. Dias é um pedetista histórico e ajudou a fundar o partido em 1980 ao lado de Leonel Brizola e de Dilma Rousseff
Foto: Arte / Terra

"Não podemos demonizar o PCdoB. (O partido) Participou de todas as lutas democráticas, é um aliado de primeira hora. O PCdoB não está sendo julgado, e muito menos a causa que defende", sustentou o parlamentar, que ainda defendeu que não há crise no governo Dilma Rousseff, apesar da sucessiva queda de ministros e da situação frágil do chefe da pasta do Esporte, Orlando Silva, que deve se encontrar nesta tarde com a presidente para definir seu destino político. "Não se pode confundir a demissão de um ministro com crise de governo. O governo está bem e o País está bem. Se houver demissão, é questão desse ou daquele ministério."

Vaccarezza voltou a defender Orlando, dizendo que não há provas contra o ministro. Ainda assim, o deputado defendeu que, a se confirmar a existência de irregularidades em convênios com ONGs, esses contratos deve ser suspensos, e os culpados, condenados a devolverem os recursos recebidas.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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