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Política

MP vai ouvir médico em investigação sobre sobre morte de Jango

Procedimento faz parte de investigação que o MPF faz sobre a morte do ex-presidente, que pode ter sido envenenado

19 mar 2013 - 15h39
(atualizado às 15h45)
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O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul (MPF-RS) vai ouvir nesta terça-feira o médico que viu o corpo do ex-presidente João Goulart momentos antes de seu sepultamento. Odil Rubim Pereira será ouvido pelos procuradores Suzete Bragagnolo e André Raupp, em São Borja, como parte da investigação que o MPF, através da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, faz sobre a morte de Jango.

Documentos mostram que Jango era monitorado pela Operação Condor

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A investigação da morte do ex-presidente - que faleceu na Argentina, em 1976 - foi aberta depois de um pedido encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR) em 2007 pelo Instituto João Goulart, cujo diretor é o filho de Jango, João Vicente Goulart. Ele e sua família suspeitam que Jango possa ter sido envenenado pelos militares em seu exílio para que não retornasse ao Brasil e se tornasse uma força de oposição ao regime, na chamada Operação Condor - ação coordenada entre os regimes militares de países sul-americanos contra seus opositores.

Nesta segunda-feira, em audiência pública realizada em Porto Alegre pela Comissão da Verdade, Suzete falou a respeito das investigações da morte de Jango. Ela explicou que o MPF tenta obter provas e documentos tanto no Brasil quanto no exterior que expliquem melhor as circunstâncias da morte e do sepultamento do ex-presidente.

Operação Condor

A família de João Goulart acredita que o ex-presidente tenha sido uma das vítimas da Operação Condor. João Vicente Goulart declarou que acredita que seu pai tenha sido envenenado por agentes a mando das forças repressoras das ditaduras brasileira e argentina. Vicente citou depoimentos feitos por Mário Neira Barreiro, ex-agente do serviço de inteligência uruguaio, que está preso no Brasil, onde Neira confessou que participou da trama para o assassinato de Jango.

 A confissão de Neira seria apenas mais uma prova da existência da Operação Condor, uma aliança político-militar entre os vários regimes ditatoriais da América do Sul, envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile, criada com o objetivo de coordenar a repressão às dissidências políticas nesses países nas décadas de 1960, 70 e 80. 

Fonte: Terra
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