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Política

Morre mãe de Carlinhos Cachoeira, diz deputado goiano

16 abr 2012 - 10h27
(atualizado às 10h33)
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O deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou na manhã desta segunda-feira que morreu a mãe de Carlinhos Cachoeira, acusado de exploração ilegal do jogo do bicho e preso durante a Operação da Polícia Federal Monte Carlo. Dona Maria José está sendo velada em Anápolis (GO) e o enterro está marcado para as 17h de hoje.

A assessoria do deputado não soube informar os possíveis motivos da morte e disse que Leréia não deve participar do enterro. Ele está em viagem a São Paulo e não chegaria a tempo em Anápolis.

Matéria divulgada nesta segunda-feira no jornal O Estado de S. Paulo afirma que investigações da PF e do Ministério Público Federal (MPF) mostram que o grupo de Cachoeira participou de esquemas ilegais que, juntos, movimentaram pelo menos R$ 400 milhões nos últimos seis anos. Entre os supostos crimes praticados estão contrabando, exploração de jogos de azar, corrupção e lavagem de dinheiro.

A organização criminosa atuava em um raio de até 200 km do Palácio do Planalto, tendo como área de maior influência o chamado Entorno do DF. Era nesse território, com quase 2 milhões de habitantes e baixo Índice de Desenvolvimento Humano, segundo a investigação, que Cachoeira cooptava servidores públicos e policiais para atuarem como "soldados" da máfia dos caça-níqueis.

Demóstenes e Carlinhos Cachoeira

Em 6 de março de 2012, o senador Demóstenes Torres (GO) subiu à tribuna para dar explicações sobre as denúncias de sua proximidade com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, descoberta pela operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que terminou em fevereiro, com a prisão de Cachoeira e de outras 34 pessoas. Demóstenes disse que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido critérios legais. Dez dias depois, o jornal Folha de S.Paulo publicava um relatório do Ministério Público Federal (MPF) que indicava que o grupo comandado por Cachoeira entregou telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, que admitiu ter recebido o aparelho.

O jornal O Globo noticiou, em 23 de março, gravações da PF que flagraram Demóstenes pedindo para Cachoeira lhe pagar R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo e vazando informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes. Em 27 de março, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado para "acompanhar a evolução dos fatos". No dia seguinte, o Psol entrou com representação contra o parlamentar no Conselho de Ética do Senado e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandovski autorizou a quebra do sigilo bancário de Demóstenes, solicitando ainda um levantamento sobre as emendas e os projetos relatados por ele para saber se Cachoeira, acusado de controlar a máfia dos caça-níqueis e de corromper policiais e políticos em Goiás, foi beneficiado.

Nas gravações, Demóstenes também aparece acertando um suposto lobby pela legalização dos jogos de azar no Congresso em 2009. Em outra conversa, Cachoeira pede ajuda no processo de um delegado e três policiais de Anápolis (GO) acusados de tortura e extorsão. Os dois ainda conversaram sobre um "negócio" milionário na Infraero. Na ocasião, Demóstenes teria se valido da relatoria da CPI do Apagão Aéreo para levantar informações e sondar contratos de informática na estatal.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido decidiu abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda.

Fonte: Terra
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