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Política

Ministros não estão 'enrolados', diz Vaccarezza sobre dossiê

27 jun 2011 - 17h09
(atualizado às 17h17)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O líder do governo na Câmara dos Deputados, Candido Vaccarezza (PT-SP), negou nesta segunda-feira que a gestão da presidente Dilma Rousseff esteja envolta em uma nova crise política por conta das acusações de que os atuais ministros de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, estariam envolvidos na negociação de um suposto dossiê no valor de R$ 1,75 milhão, em setembro de 2006, contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Mercadante era o principal adversário do tucano na época na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. "Os ministros não estão enrolados", disse Vaccarezza.

Uma reportagem da revista Veja apontou que a atual coordenadora política do governo teria se encontrado com Mercadante e outros petistas na época do que ficou conhecido como 'escândalo dos aloprados' para negociar como seria feita a publicação do suposto dossiê. Em nota, Ideli negou nesta segunda ter negociado a fabricação ou publicação dos supostos dados contra José Serra. "Nunca elaborei nem participei da confecção de dossiês políticos", disse ela.

"Esse é um assunto que tem seis anos, não tem nenhum fato novo. O Mercadante disse que viria ao Senado independente de esse fato ter saído ou não. Ele se colocou à disposição para vir. Já estava combinada a vinda dele no Senado. Não tem sentido a ministra (Ideli Salvatti) ser convidada ou convocada para tratar desse assunto", afirmou Vaccarezza. Mercadante irá prestar depoimento nesta terça em uma audiência pública no Senado, Casa em que exerceu mandato nos últimos oito anos, para rebater acusações de que seria o mentor da produção do suposto dossiê.

A estratégia do ministro de Ciência e Tecnologia de falar aos senadores na Comissão de Assuntos Econômicos nesta terça busca minar as chances de o governo Dilma Rousseff amargar sua segunda crise política, após a demissão do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. O futuro depoimento de Mercadante foi avalizado pelo Palácio do Planalto e se valeu de um antigo requerimento que pedia seu comparecimento no Congresso para falar sobre o Plano Nacional de Ciência e Tecnologia.

No Senado, o discurso de defesa do ministro sobre o episódio que ficou conhecido como 'escândalo dos aloprados' deverá ser baseado na premissa de que, em abril de 2007, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o arquivamento do inquérito sobre sua eventual participação na venda do dossiê contra Serra. Ele deverá enfatizar que, na ocasião, os ministros entenderam que não havia indícios da participação do então candidato ao governo de São Paulo no episódio e que a Polícia Federal, responsável pela investigação do caso, não tinha competência para indiciá-lo, como fez, pelo crime de falsidade ideológica para fins eleitorais.

Fonte: Terra
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