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Política

Ministro usa programa do PCdoB para rebater acusações

20 out 2011 - 16h17
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro do Esporte, Orlando Silva, utilizará o programa partidário do PCdoB, que será veiculado na noite desta quinta-feira, para se defender das acusações de envolvimento em um esquema de corrupção para a liberação de recursos públicos para organizações não-governamentais (ONGs). Na inserção, veiculada a partir das 20h30, Silva diz que a crescente importância da pasta "incomoda muita gente" e informa que não vai "recuar" até provar que as suspeitas contra ele são falsas.

Ministro do Esporte, Orlando Silva, presta esclarecimentos na Câmara dos Deputados sobre denúncias de irregularidades no ministério
Ministro do Esporte, Orlando Silva, presta esclarecimentos na Câmara dos Deputados sobre denúncias de irregularidades no ministério
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

"Farei o que for preciso para que a verdade fale mais alto. Nosso partido é um partido de luta e não vamos recuar", afirma ele no programa partidário. "Nos últimos dias, nosso partido foi atacado com denúncias mentirosas que partiram de um sujeito procurado pela Justiça. Uma tentativa atrapalhada de atingir não só a história do partido, mas a mim também. Vou até as últimas consequências para defender a minha honra e os 90 anos de história de um partido que nunca se envolveu em escândalo", diz.

No programa, o presidente nacional da legenda, Renato Rabelo, também sai em defesa do partido e afirma que os militantes comunistas não se intimidarão com as acusações. "Toda e quaisquer acusações contra o PCdoB se revelaram, mais cedo ou mais tarde, mentiras, denúncias sem provas, tentativas fracassadas de atacar a imagem do partido que mais cresce. Já enfrentamos ditaduras, delatores e provocadores. Sempre resistimos. Não vai ser agora que vamos nos intimidar diante daqueles que querem manchar a nossa história", diz o dirigente.

A abertura do programa do PCdoB é dedicada a rebater as acusações de participação do ministro do Esporte em irregularidades. De acordo com o partido, a inserção havia sido produzida para defender a gestão de cidades, mas o programa passou por mudanças para incluir a defesa da legenda e de Orlando Silva contra as recentes acusações.

"Em 90 anos, o PCdoB nunca se envolveu em qualquer tipo de escândalo porque nunca tolerou qualquer desvio de conduta. Assim foi possível construir uma marca que sabe que o que é do povo é sagrado. É por isso que não podemos admitir que a nossa história seja manchada por supostas denúncias divulgadas na imprensa. Elas não passam de mentiras e calúnias feitas por um cidadão processado pela Justiça. Uma grave acusação sem provas. A 'velha' forma de se fazer política, uma tentativa desesperada de colocar o PCdoB na vala comum da corrupção e de atacar a imagem do partido que mais cresce e se fortalece no Brasil", afirma a narradora no programa político.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Fonte: Terra
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