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Política

Ministro: pedido de constituinte exclusiva foi um erro “extremamente grave”

1 jul 2013 - 07h22
(atualizado às 07h31)
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, discordou da opinião dada pela presidente Dilma Rousseff e classificou a reforma política feita por meio de um plebiscito como temerária e de “difícil exequibilidade”. Para Mendes, a presidente deveria ter ouvido mais os chefes dos outros Poderes e líderes políticos antes de encabeçar a ideia.  Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o ministro disse ter dúvidas sobre o que seria perguntado à população e que a proposta de uma constituinte exclusiva foi um erro “extremamente grave”.

Protestos por mudanças sociais levam milhares às ruas

Manifestações tomam as ruas do País; veja fotos

Quando questionado sobre o motivo de a presidente ter feito o anúncio sem consulta, Mendes acredita que ela tenha sido aconselhada por alguém. “Certamente atribuiu gravidade aos movimentos e foi aconselhada a dar uma resposta. Mas, para problemas complexos, às vezes, há soluções simples... E erradas. E esse foi o caso”, falou. Sobre o caso do mensalão, também muito cobrado pelos manifestantes, o ministro disse que poderá ter prosseguimento neste semestre. “Tenho expectativa de que encaminhemos esse assunto agora no segundo semestre. Muitos colegas estão imbuídos desse propósito”, disse o ministro.

<a href="http://noticias.terra.com.br/infograficos/pactos-dilma/iframe.htm">veja o infogr&aacute;fico</a>Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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