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Política

Ministro da Justiça vai pedir que PF investigue Orlando Silva

17 out 2011 - 18h41
(atualizado às 19h36)
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira que vai encaminhar ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Coimbra, um pedido de investigação sobre as denúncias feitas contra o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), em matéria publicada na revista Veja. Para Cardozo, "tudo será facilitado porque o próprio acusado" pediu-lhe que determinasse a investigação.

"Todos aqueles que tenham contribuído para os fatos supostamente ocorridos serão ouvidos pela Polícia Federal, que tomará como ponto de partida investigações que já estavam em andamento sobre convênios firmados pelo ministério. Uma vez identificados novos fatos, estes poderão envolver a abertura de um novo inquérito", afirmou Cardozo.

O ministro da Justiça disse que vão ser tomadas medidas "dentro do que a lei determina e tudo será feito de forma criteriosa, independente, autônoma e republicana". Nesta segunda-feira, Orlando Silva rebateu as acusações de corrupção contra seu nome publicadas pela Veja no final de semana. A reportagem apontou para a existência de um esquema de irregularidades envolvendo convênios entre o Ministério do Esporte e ONGs, que teria desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos.

"Não houve, não há e não haverá nenhuma prova das mentiras faladas por esse crimonoso", afirmou o ministro, em alusão ao denunciante, o policial militar e ex-militante do PCdoB João Dias Ferreira, um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar de desvios de recursos destinado a um programa da pasta. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos.

Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte. "Fiquei feliz com o que a presidenta (Dilma Rousseff) falou lá no exterior (África do Sul, onde se encontra em viagem oficial), que é a lei, que é a presunção de inocência", afirmou. Na ocasião, Dilma disse que as suspeitas precisam ser apuradas, mas o considera inocente até que se prove o contrário. "Vou às ultimas consequências para defender a minha honra", garantiu Orlando.

De acordo com Ferreira, o esquema utilizava o programa Segundo Tempo para desviar recursos usando ONGs como fachada. Orlando Silva foi apontado como mentor e beneficiário desse esquema. As ONGs recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Silva teria recebido, pessoalmente, dentro da garagem do Ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes da quadrilha. Parte desse dinheiro, acusa a revista Veja, foi usada para pagar despesas da campanha presidencial de 2006.

Agência Brasil Agência Brasil
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