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Política

Ministro critica antipartidarismo de protestos: 'sem partido é ditadura'

Gilberto Carvalho disse que o moralismo 'despolitizado' da imprensa contribuiu para a falta de interesse na política

21 jun 2013 - 15h32
(atualizado às 16h36)
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<p>Em São Paulo, grupo queima bandeira do PT durante protesto</p>
Em São Paulo, grupo queima bandeira do PT durante protesto
Foto: Fernando Borges / Terra

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, criticou o apartidarismo por parte dos manifestantes. Para ele, os partidos são instituições necessárias à democracia. 

 "Quando se grita 'sem partido', nós vemos aí um grande pedido. E não há democracia sem partido. Não há democracia sem uma forma mínima de instituição. Sem partido, no fundo, é ditadura. Temos de ficar muito atentos a isso", afirmou o ministro, em reunião preparatória à Jornada Mundial da Juventude na manhã desta sexta-feira, no Palácio do Planalto.

"É um momento de celebrar e, ao mesmo tempo, é um momento de apreensão e de convidar a sociedade para que haja uma disputa pela democracia de verdade, que se faça representar por partidos que, de fato, representem o povo e que não compactuem com a corrupção", argumentou Carvalho.

Ontem, um grupo ligado ao PT foi hostilizado em uma manifestação em São Paulo. Para o ministro, a rejeição aos partidos é fruto de um estímulo de longo prazo alimentado pela imprensa.

"É verdade que a classe política paga o preço por isso. Mas é verdade também que (existe) um certo tipo de abordagem de estímulo ao longo do tempo, e a imprensa teve um papel nesse sentido de estimular um tipo de moralismo no sentido despolitizado, e um tipo de antipolítica que leva a isso que está acontecendo também", disse o ministro.

"Então, também aqueles que o tempo todo verbalizaram esse tipo de posição têm responsabilidade por esse aspecto destrutivo que está aí, e não adianta virem agora celebrar só a manifestação e não se darem conta que também são responsáveis por isso que está ocorrendo", concluiu.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

Reforma política seria resposta aos protestos, acredita governador:

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

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A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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