PUBLICIDADE

Ministro aciona PF contra colega de sigla que denunciou desvios

15 out 2011 - 14h44
Compartilhar

O ministro do Esporte, Orlando Silva, pediu neste sábado ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal investigue denúncias do militante do PCdoB João Dias Ferreira em entrevista publicada na revista Veja. Orlando Silva espera "não deixar dúvidas sobre a falta absoluta de fundamentação das acusações feitas contra ele pelo entrevistado", conforme texto de nota divulgada hoje pela pasta. "Tenho a certeza de que ficará claro de que tudo o que ele diz são calúnias", diz o ministro.

Para o ministro, as acusações podem ser uma "retaliação" política
Para o ministro, as acusações podem ser uma "retaliação" política
Foto: Emily Canto Nunes / Terra

Segundo as denúncias, diversos membros do PCdoB, capitaneados pelo ministro, faziam parte de um esquema de desvios envolvendo convênios com ONGs. Investigações passadas apontavam integrantes do partido como protagonistas das irregularidades, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos, o policial militar João Dias Ferreira, como mentor e beneficiário. O esquema pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos.

O ministério rebateu as acusações informando que o entrevistado, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, para atendimento a crianças e jovens, a partir do programa Segundo Tempo, sobre o qual pesam as denúncias.

"Como não houve cumprimento do objeto, não só o Ministério determinou a suspensão dos repasses, como o ministro Orlando Silva determinou em junho de 2010 a instauração de Tomada de Contas Especial, enviando todo o processo ao TCU. O ministério exige a devolução de R$ 3,16 milhões, atualizados para os valores de hoje", afirma a nota da pasta, segundo a qual esse é "o motivo para João Dias fazer agora acusações de desvios de verbas". João Dias é réu em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal em decorrência das irregularidades na execução dos convênios.

De acordo com o Ministério do Esporte, o Segundo Tempo atende a mais de um milhão de crianças e jovens em todo o Brasil e é "permanentemente auditado pelos órgãos de controle".

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade