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Política

Ministério concederá proteção a PM que denunciou Orlando

18 out 2011 - 21h31
(atualizado às 22h01)
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou nesta terça-feira à Polícia Federal (PF) a proteção especial do policial militar João Dias Ferreira. Ele denunciou um suposto esquema de corrupção no Programa Segundo Tempo do Ministério do Esporte, que repassa recursos para incentivar a prática de esportes entre crianças de baixa renda. O ofício, que solicita em caráter de urgência a proteção especial a Ferreira, foi entregue ao Ministério da Justiça (MJ) pela liderança do PSDB.

O partido oficializou o pedido após o policial militar encontrar líderes da oposição em Brasília em uma reunião na tarde de hoje, em que afirmou que novas denúncias de irregularidades na pasta devem surgir nos próximos dias. "Há muita água para rolar, muitos acompanhamentos virão", disse o PM. Sem dar detalhes sobre o teor das denúncias, Ferreira sugeriu que há cerca de 300 "caixas-pretas" no ministério.

De acordo com a Polícia Federal, a proteção será concedida assim que Ferreira comparecer à sede da Superintendência do órgão no Distrito Federal para solicitar tal segurança. O policial chegou a ser convidado a prestar depoimento, mas, até o momento, não havia comparecido.

O Ministério da Justiça informou, em nota, que também entrou em contato com o comando da Polícia Militar do DF pedindo para que Ferreira seja apresentado à PF para não só prestar depoimento, mas também receber a proteção.

As acusações contra Orlando Silva

Reportagem da revista Veja de outubro afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos. Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens expostos a riscos sociais.

João Dias Ferreira foi um dos cinco presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos. Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério do Esporte.

O ministro nega as acusações e afirmou não haver provas contra eles, atribuindo as denúncias a um processo que corre na Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.

Agência Brasil Agência Brasil
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