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Milhares de professores municipais em greve fazem protesto no Rio

14 ago 2013 - 18h37
(atualizado às 19h15)
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Professores e outros funcionários da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, que entraram em greve no dia 8 de agosto, fizeram nesta quarta-feira um protesto na Zona Sul da cidade para pedir reajuste salarial e a reserva de ao menos um terço da carga horária para atividades extracurriculares, entre outras reivindicações.

De acordo com dados divulgados pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ), que convocou o ato, 10 mil profissionais compareceram às ruas, embora a polícia tenha confirmado a presença de apenas 6 mil manifestantes.

Depois de uma assembleia no Largo do Machado, os manifestantes saíram em passeata até o Palácio da Cidade, uma das sedes da prefeitura, no bairro de Botafogo. O trânsito ficou complicado na região e algumas ruas tiveram que ser interditadas. O comércio também chegou a fechar, mas não foram registrados atos de vandalismo nem confrontos com a polícia.

Segundo a estagiária de educação Isabelle da Costa, de 23 anos, o ato de hoje foi significativo por ter sido o maior de profissionais da área no Rio em quase duas décadas.

"Nós viemos lutar pelos nossos direitos. Há 19 anos que não havia uma mobilização desse tipo, e esse é um marco histórico para a educação", disse Isabelle, que participou do protesto junto com a mãe, Irailde Costa, que é merendeira da rede municipal de ensino.

"Pela primeira vez acreditamos nessas manifestações, agora o povo ganhou força e voz", afirmou Irailde, que também se mostrou bastante insatisfeita com a administração da educação municipal durante o mandato de Eduardo Paes.

A professora de ensino fundamental Luiza Tavares disse à Agência Efe que a paralisação, assim como o protesto, têm como objetivo pressionar a prefeitura, e que a intenção era que os professores fossem recebidos por Paes hoje para debater suas reivindicações, o que não aconteceu.

Entre as exigências estão 19% de aumento salarial, plano de carreira, fim dos abonos por mérito, a garantia de um terço da carga horária para atividades extracurriculares e concurso público para professores e funcionários administrativos.

"Resolvi protestar por causa das condições de trabalho e salário. Todos os problemas já são bem conhecidos. Esse governo já está há quatro anos no poder e a educação só piorou. Não sei nem como vou pagar minhas contas esse mês, mas não posso me acovardar", contou à Efe o professor de geografia David Vieira.

Além desses pontos, questões mais simples de serem resolvidas também são reivindicadas pelos manifestantes, como ajustes no calendário de férias. A professora Fernanda Souza trabalha no município há 15 anos e não era a favor da greve no início, mas acha que o ensino precisa melhorar.

"Particularmente, não estou com aquele 'fora Paes' não. Acho que desde que ele escute as reivindicações e se abra ao diálogo, é possível melhorar", afirmou Fernanda, que acredita que o prefeito cederá diante do número de profissionais que aderiu à greve.

"A população está reivindicando uma educação melhor, e quem trabalha com as crianças somos nós, por isso também queremos essa qualidade e reconhecimento", disse à Efe a professora Vânia Patalano, que vê o ato de hoje foi um reflexo, ainda que tardio, da onda de manifestações que tomou conta do país desde junho.

EFE   
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