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Política

Merkel viaja ao Brasil para consolidar relação de parceria preferencial

18 ago 2015 - 16h41
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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, será recebida na próxima quinta-feira em Brasília pela presidente Dilma Rousseff e está disposta a assinar uma relação de parceria preferencial, apesar do conturbado momento político-econômico do Brasil.

Merkel "não deverá comentar" sobre o atual panorama do país, de acordo com porta-vozes do governo alemão que se reuniram com a imprensa em Berlim antes da viagem. Além disso, eles explicaram que a primeira Reunião de Consultas Intergovernamentais entre os dois governos, que ocorrerá durante a visita de Estado da chanceler, é uma questão "largamente planejada".

Acompanhada por seis ministros e de secretários de Estado de outros cinco ministérios, Merkel vai embarcar amanhã rumo a Brasília logo após o fechamento da sessão do Bundestag (parlamento) que deve dar sinal verde ao terceiro resgate à Grécia.

O tamanho da delegação reflete o grau de importância que a chanceler dá às relações com o Brasil, seu maior parceiro político e econômico na América Latina e o único ao qual reconhece a categoria de parceiro preferencial com estas consultas intergovernamentais.

A Alemanha tem este formato de consultas apenas com alguns países da União Europeia - França, Espanha, Itália, Holanda e Polônia - e, fora deste âmbito, com aliados tradicionais como Estados Unidos e Israel, assim como China, Índia e Rússia, nesse último caso suspensas por causa do conflito na Ucrânia.

Que a inclusão do Brasil nesse rol ocorra em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras, manifestações contra o governo e previsões de contração do PIB de 2% neste ano é, para Berlim, uma situação pontual.

Esta será a quarta viagem de Merkel como chanceler ao Brasil - após a de 2008 e as duas de 2014. Dilma, por sua vez, visitou a Alemanha tanto como presidente como, anteriormente, como ministra do governo Lula.

O governo alemão se negou a entrar em especulações sobre um eventual julgamento político ou processo para provocar o impeachment de Dilma e lembrou que ela é "uma presidente reeleita e legitimada pelas urnas".

A agenda oficial da chanceler inclui, na quinta-feira, um café da manhã com empresários alemães que não integram sua delegação e depois as consultas intergovernamentais, que devem ter cerca de cinco horas de duração. Além disso, Merkel foi convidada para um jantar oferecido por Dilma no Palácio da Alvorada, mas o evento ainda não está confirmado.

Ao contrário do habitual em outras viagens, não está prevista uma reunião com a oposição.

Em relação às consultas, não devem ser esperados acordos quantificáveis em negócios multimilionários, segundo os porta-vozes, mas uma série de declarações conjuntas voltadas a proteção climática, biodiversidade, inovação, cooperação e intercâmbio cultural.

Os ministros que acompanham Merkel são os de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier; Saúde, Hermann Gröhe; Meio Ambiente, Barbara Hendricks; Agricultura, Christian Schmidt; Transportes, Alexander Dobrindt, e Cooperação, Gerd Müller.

Não estará na delegação o vice-chanceler, ministro da Economia e líder social-democrata, Sigmar Gabriel, oficialmente por razões de agenda, o que causou estranheza para a imprensa alemã, devido ao peso do aspecto econômico nas relações bilaterais.

O volume global dos investimentos alemães no Brasil é de 19,4 bilhões de euros (R$ 74,2 bilhões), no que entram tanto os grandes consórcios do país como indústrias médias.

O volume de exportações alemãs ao Brasil foi, em 2014, de 11,8 bilhões de euros (R$ 45,15 bilhões). Já o de importações foi de 6,6 bilhões (R$ 25,25 bilhões).

Nos últimos anos, as relações comerciais entre Brasil e Alemanha perderam dinamismo, o que também é considerado por Berlim, pelo menos oficialmente, como um "fator pontual".

EFE   
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