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Política

Mensalão do DEM era permanente e estável, diz ex-secretário

1 dez 2009 - 10h36
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

Depoimento prestado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do governo do Distrito Federal, Durval Barbosa, aponta que o governador José Roberto Arruda (DEM) coordenava um sistema de pagamento de propina "permanente e estável" envolvendo empresários e deputados distritais. A oitiva em que Barbosa aponta detalhes do mensalão do DEM - suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares do Distrito Federal - foi feita em 16 de setembro.

Arruda, que corre o risco de ser expulso de seu partido, o Democratas, chega a aparecer em um vídeo, gravado com autorização judicial, recebendo R$ 50 mil em maços. Barbosa afirma que "Arruda sempre pediu ao declarante (Durval Barbosa) que reservasse uma quantia mensal para suas despesas pessoais", que ocorriam mais ou menos a cada 15 dias.

Réu em 37 processos, Durval Barbosa denunciou o esquema por conta da delação premiada, acordo feito com a Justiça para diminuição de pena em uma eventual condenação judicial. Em depoimento, o ex-secretário disse que resolveu contar o que sabia sobre a corrupção nas esferas do governo por conta dos filhos e das ameaças que sofria do governador do DF.

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Terra
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