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Política

Mendes Júnior admite propina de R$ 8 milhões a Youssef

Executivo da empreiteira, preso pela Operação Lava Jato, disse à Polícia Federal que efetuou pagamento porque foi ameaçado

18 nov 2014 - 19h16
(atualizado às 22h46)
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O vice-presidente-executivo da empreiteira Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, admitiu nesta terça-feira, em depoimento à Polícia Federal, que pagou R$ 8 milhões em propina ao doleiro Alberto Youssef, um dos operadores do esquema de corrupção na Petrobras. Mendes foi preso na última sexta-feira na sétima fase da Operação Lava Jato.

De acordo com o advogado Marcelo Leonardo, que defende Mendes, seu cliente aceitou fazer o pagamento porque foi ameaçado por Youssef. Ainda segundo a defesa, a propina era uma exigência do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.

“Se não fizesse o pagamento, a empresa não receberia as faturas que legitimamente tinha direito e não seria mais convidada para participar de outras licitações da Petrobras”, afirmou. “Ele exigia o dinheiro para o diretor da Petrobras da área”, continuou, referindo-se a Costa.

No depoimento, Mendes disse que a extorsão era ligada a um contrato da empreiteira com a Petrobras para obras na refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), na cidade de Araucária (PR), e que o pagamento foi feito em quatro vezes, de julho de 2011 a setembro de 2011. Segundo o advogado, Mendes foi apresentado a Youssef pelo então deputado José Janene (PP-PR), que morreu em 2010. O advogado disse ainda que seu cliente desconhecia o destino do dinheiro, que era depositado em contas das empresas de Youssef.

Ontem, o diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, deu à Polícia Federal uma versão semelhante à de Mendes. De acordo com o advogado de Fonseca, José Luís Oliveira Lima, seu cliente aceitou pagar propina ao esquema porque foi ameaçado por Youssef e Costa.

O advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, que também esteve na Superintendência da PF em Curitiba nesta terça-feira, evitou comentar as acusações de extorsão por não conhecer o teor dos depoimentos e disse apenas que "essa é a tese da defesa”. Basto também se disse preocupado com a saúde do doleiro, que em outubro chegou a ser internado por problemas cardíacos, e afirmou que pedirá que ele seja examinado por um médico particular.

Fonte: Terra
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