Mendes culpa Executivo por 'déficit na atuação' do congresso
O ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes devolveu as acusações de que o STF extrapola suas competências, afirmando que, se há "déficit na atuação" do Congresso, é o próprio parlamento ou a "eventual usurpação" do Executivo que se deve culpar, segundo a Folha de S. Paulo. Mendes retrucou as declarações feitas por Renan Calheiros (PMDB-AL) e Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), presidentes do Senado e da Câmara, depois que o ministro suspendeu a tramitação do projeto que impede a criação de novos partidos políticos. A medida prejudicaria adversários de Dilma Rousseff nas próximas eleições e já fora aprovada na Câmara.
Mendes afirmou que a decisão de suspender o andamento do projeto não tem a ver com a proposta que diminuiu os poderes do STF, aprovada em uma comissão da Câmara na semana passada. Para o ministro, a aprovação é uma retaliação a algumas decisões tomadas pela corte, entre elas as do processo do mensalão. O magistrado ainda disse ao jornal paulista que não existe crise entre Judiciário e Legislativo, apenas o que chamou de "desconforto institucional inevitável". "Crise existe com a aprovação daquela PEC deles", acrescentou.