Médicos dizem que tumor de Lula tem agressividade 'média'
31 out2011 - 11h48
(atualizado às 13h56)
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Vagner Magalhães
Direto de São Paulo
A equipe médica que cuida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - que teve um câncer de laringe diagnosticado - afirmou que o resultado da biópsia a que Lula foi submetido apontou que o câncer tem a agressividade clássica dos tumores da região. De acordo com Luiz Paulo Kowalsky, médico da equipe, o tumor pode ser classificado como "intermediário", tem um crescimento razoável, se não for tratado, e pode ser classificado como "médio".
De acordo com os médicos, Lula passará por três sessões de quimioterapia e, em janeiro, deverá ser submetido a uma sessão de radioterapia. Se o tratamento ocorrer conforme o previsto, ele deverá ser encerrado em fevereiro.
Os médicos estão otimistas em relação ao tratamento e dizem que as chances de cura são "boas". No entanto, Lula pode sofrer uma pequena alteração em sua voz e, por isso, passará, junto ao tratamento, por sessões de fonoaudiologia.
Kowalsky afirmou que há 20 anos o tratamento para um caso como o do ex-presidente seria a cirurgia. "Hoje não fazemos cirurgia nesse caso. A cirurgia seria pior do ponto de vista funcional do paciente e os resultados semelhantes ao do tratamento que está sendo feito", diz. Os médicos disseram que as cordas vocais do ex-presidente não estão comprometidas.
De acordo com o médico Paulo Hoff, a decisão pelo tratamento foi exclusivamente médica. "Olhamos possibilidade de cura. A escolha foi da equipe médica e o tratamento o mais adequado. Não houve nenhuma interferência por se tratar do ex-presidente", disse.
Lula chegou ao hospital Sírio Libanês, onde passará pelo tratamento, por volta das 10h e deverá permanecer internado até terça-feira. No primeiro dia de tratamento, ele será encaminhado para o centro cirúrgico, onde será instalado um cateter para a infusão da substância utilizada na quimioterapia. O medicamento será injetado pelos próximos cinco dias. Quando for para casa, ele levará consigo uma bolsa com o medicamento e permanecerá com o cateter.
Segundo a previsão dos médicos, Lula passará por exames complementares nesta terça-feira e depois disso receberá alta. O corpo clínico informou que o ex-presidente apresenta um quadro geral de saúde "ótimo".
O câncer de Lula
Após queixa de dores de garganta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.
O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.
No dia 29 de outubro de 2011, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diagnosticado com câncer na laringe e será submetido a quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A exemplo de Paulo Maluf(PP), ex-governador do Estado, e Dilma Rousseff (PT), atual presidente, Lula enfrenta uma doença comum na política brasileira
Foto: Terra
O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 66 anos, fez um exame no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após queixar-se de dores na garganta. Os médicos apontaram que ele está com câncer na laringe e será submetido a um tratamento com quimioterapia no hospital
Foto: Léo Pinheiro / Terra
Em 2009, a então ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff (PT), teve de enfrentar um linfoma, câncer que atinge o sistema linfático. Ela fez quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, o mesmo que receberá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a batalha contra o câncer na laringe
Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República / Divulgação
O ex-vice-presidente da República durante os dois governos de Lula, José Alencar (PR), teve câncer pela primeira vez em 1997. Na ocasião, ele extraiu um tumor de um rim e outro do estômago. Em 2002, a anomalia foi detectada na próstata. Já em 2006, Alencar retirou um tumor no abdome. Após uma longa batalha e diversas cirurgias e tratamentos, ele morreu em março deste ano
Foto: Roberto Stuckert Filho/Presidência da República / Divulgação
Governador de São Paulo de 1995 a 2001, Mário Covas (PSDB) sofria de um grave câncer na bexiga. Durante o segundo mandato, em 2001, ele teve que deixar o governo do Estado para tratar a doença. Covas realizou a primeira cirurgia para retirada do tumor em 1998, mas o câncer voltou e ele morreu em março de 2001, após nova operação
Foto: Arquivo / Agência Brasil
O atual ministro da Agricultura do governo Dilma, Mendes Ribeiro Filho (PMDB), foi surpreendido por um tumor no cérebro pouco depois de assumir o Ministério da Agricultura. Em outubro deste ano, ele foi operado com sucesso no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
Teotônio Brandão Vilela, natural de Viçosa (AL), foi um dos fundadores da União Democrática Nacional (UDN) no Estado e elegeu-se deputado pela legenda em 1954. Em 1960, foi eleito vice-governador de Alagoas, na chapa do general Luís Cavalcanti. Depois, filiou-se à Arena, sendo eleito senador pelo partido. Em 1983, ele morreu vítima de um câncer generalizado
Foto: Divulgação / Agência Senado
O economista, professor, ex-deputado federal e atual senador Eduardo Suplicy (PT-SP), um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores, foi diagnosticado com câncer de próstata em 2002
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
Luiz Gushiken (PT), deputado federal por três legislaturas, coordenador das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e 1998 e ex-ministro da Comunicação Social, teve câncer no testículo e no estômago, curando-se em 2002
Foto: Roosewelt Pinheiro / Agência Brasil
A governadora reeleita do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), filha do ex-presidente José Sarney, revelou que tinha câncer no pulmão em 1998, antes da campanha ao governo do Estado. Em 2002, durante campanha à Presidência da República, ela admitiu outro câncer, desta vez nas mamas
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil
O descendente de libaneses Paulo Salim Maluf (PP), duas vezes prefeito de São Paulo, secretário dos Transportes, governador do Estado e candidato à Presidência da República, teve câncer de próstata em 1997 e, após curar a doença, realiza exames de rotina para evitar o retorno do câncer
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil
O atual presidente do Senado e ex-presidente da República de 1985 a 1990, José Sarney (PMDB-AP), que também foi governador do Maranhão de 1966 a 1971, enfrentou um câncer na próstata e se curou da doença
Foto: Renato Araújo / Agência Brasil
O médico Jackson Lago (PDT), governador do Maranhão de 2007 a 2009 e prefeito de São Luís por três ocasiões, morreu no dia 4 de abril de 2011 por causa de problemas respiratórios, complicações decorrentes de um longo tratamento contra um câncer de próstata
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
O 28° governador de São Paulo (1987-1991), deputado, senador e prefeito de Campinas (SP), Orestes Quércia (PMDB), morreu na véspera de Natal de 2010, aos 72 anos, vítima de câncer na próstata. Ele havia tratado a doença em 1990, mas o tumor reincidiu, levando-o a desistir da candidatura ao Senado no último pleito