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Política

Médico dos políticos, Kalil Filho foi cotado para ministério

31 out 2011 - 18h42
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Médico pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a década de 90, o cardiologista Roberto Kalil Filho, 52 anos, integra a equipe que assiste o líder petista no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e que diagnosticou, no último sábado, um câncer na laringe do ex-presidente. Formado em 1985, Kalil Filho já atendeu ainda a presidente da República, Dilma Rousseff, o ex-vice-presidente José Alencar - que morreu em março deste ano -, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, entre outros (confira na galeria de fotos outros pacientes ilustres).

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Convidado de Lula, o médico chegou a frequentar, nos finais de semana, a Granja do Torto, em Brasília, e o apartamento do ex-presidente em São Bernardo do Campo (SP). Em contato com figurões de Brasília, Kalil Filho circulou em eventos políticos e chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Saúde do governo Dilma Rousseff. Em novembro do ano passado, o cardiologista recebeu Dilma e outros médicos em sua casa, na capital paulista, ocasião em que a presidente eleita teria dito que queria um perfil técnico em seu ministro da Saúde. O cargo acabou com o médico infectologista Alexandre Padilha, que chefiava as Relações Institucionais no governo Lula.

Kalil Filho foi o médico que recomendou ao político que fizesse exames ao notar uma rouquidão mais acentuada em sua festa de aniversário de 66 anos, na última quinta-feira. No final de semana, após o diagnóstico, o cardiologista esteve no apartamento de Lula e afirmou que o ex-presidente estava "extremamente bem-humorado" e "confiante".

Paulistano, Kalil Filho é formado pela Universidade de Santo Amaro, tem doutorado em cardiologia pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela instituição americana Johns Hopkins University. O cardiologista é professor da Faculdade de Medicina da USP, vice-coordenador do Núcleo de Ensino Médico do Instituto do Coração (InCor), coordenador do setor de espectroscopia do InCor, diretor do Serviço de Cardiologia do Instituto do Câncer de São Paulo e diretor geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês. Em seu currículo, o médico destaca atuação com isquemia, infarto, ressonância magnética e cardiotoxicidade por quimioterápicos.

No primeiro semestre de 2009, Kalil Filho foi um dos coordenadores do tratamento de uma paciente ilustre: a então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Apontada como pré-candidata petista à sucessão presidencial, Dilma foi diagnosticada com um linfoma - um tipo de câncer com origem no sistema linfático - e passou por cirurgia para a retirada de um tumor de cerca de 2 cm embaixo da axila direita.

A então ministra foi submetida a sessões de radioterapia e quimioterapia em São Paulo, perdeu parte do cabelo e chegou a usar, por alguns meses, uma peruca para disfarçar a queda. Ela manteve suas atividades normalmente, mas chegou a ser hospitalizada durante o tratamento devido a dores decorrentes da quimioterapia. Em setembro do mesmo ano, os médicos informaram que ela estava livre de qualquer evidência de linfoma.

No entanto, o tratamento que mais exigiu declarações de Kalil Filho sobre o estado de saúde de seu paciente foi o do ex-vice presidente José Alencar. Diagnosticado em 1997 com um tumor no rim e outro no estômago, Alencar teve câncer no intestino e passou por dezenas de internações no Hospital Sírio-Libanês. Em janeiro de 2009, ele enfrentou cerca de 17 horas de operação para a retirada de nove tumores na região abdominal.

Assistido por Kalil Filho, o então vice-presidente sofreu um infarto agudo do miocárdio em novembro de 2010, quando se recuperava de um entupimento parcial do intestino que o impediu de votar no segundo turno das eleições que elegeram Dilma. Após idas e vindas ao Sírio-Libanês, Alencar morreu em 29 de março de 2011.

O câncer de Lula

Após queixa de dores de garganta, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma série de exames na noite de 28 de outubro. Na manhã do dia seguinte, foi divulgado boletim médico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, informando que foi diagnosticado um tumor maligno na laringe, que seria inicialmente tratado por quimioterapia.

O câncer na região da laringe é mais comum entre homens e o de maior incidência na região da cabeça e pescoço. Os principais fatores que potencializam a doença são o tabagismo e o consumo de álcool. Já os sintomas são: dor de garganta, rouquidão, dificuldade de engolir, sensação de "caroço" na garganta e falta de ar.

Fonte: Terra
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