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Política

Marina critica nº de ministérios em palestra sobre sustentabilidade

Possível candidata ao Planalto em 2014, a ex-senadora também atacou a política energética e ambiental do Executivo

27 mai 2013 - 23h03
(atualizado às 23h35)
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Marina Silva participou do Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre
Marina Silva participou do Fronteiras do Pensamento, em Porto Alegre
Foto: Luiz Munhoz / Divulgação

A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva criticou nesta segunda-feira, durante uma palestra em Porto Alegre, a política ambiental e energética do governo federal. Ao lado do ex-deputado Fernando Gabeira (PV), a possível candidata ao Palácio do Planalto em 2014 também chamou de insustentável e atrasada a criação de novos ministérios no governo da presidente Dilma Rousseff, que somam 39.

“Será da nossa persistência em substituir a fonte de energia fóssil por uma fonte renovável e segura que nós seremos uma economia de baixo carbono. Será da nossa persistência em ter um sistema político que não seja esse atraso que está aí, onde se faz a governabilidade a partir da distribuição de pedaços de Estado. Já chegamos a 39 ministérios. Não dá para continuar dessa forma. É insustentável esse modelo que nós temos”, disse Marina no ciclo de palestras Fronteiras do Pensamento.

Depois de passar pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e ser candidata à presidência pelo Partido Verde (PV), Marina tenta viabilizar o registro de um novo partido, o Rede Sustentabilidade. Ela prevê ultrapassar as 500 mil assinaturas necessárias até o final de junho deste ano, prazo suficiente para um possível registro da candidatura.

Na palestra, que tinha como tema o “Brasil e as questões ambientais”, Marina e Gabeira criticaram o governo pela abordagem das políticas de energias solar e eólica. “Se faz um plano nacional de energia e não se tem um parágrafo sobre energia solar no país de maior insolação no planeta”, disse a ex-ministra. Gabeira, por sua vez, questionou a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na titularidade da pasta. "Enquanto o Obama indicou um nobel de Física para o ministério, nós temos o Lobão. Só pela presença dele nós vemos que dali não vai passar nada. É realmente mais um espaço de troca políticas", afirmou.

Sustentando que o mundo sofre uma crise civilizatória (uma união de crises sociais, econômicas, ambientais e de valores), Marina defendeu um novo ativismo da sociedade, desvinculado de partidos políticos. Ela disse ainda que, com a “visão” correta, o Brasil pode se tornar a potência do século 21.

“O Brasil é o país que reúne as melhores condições para quebrar o velho paradigma. O Brasil tem 11% da agua doce, 22% das espécies vivas, o Brasil é uma potencia ambiental, está para o século XXI como os Estados Unidos estavam para o século XX. É só ter a visão, o processo e criar as novas estruturas”, afirmou.

Apesar das falas sobre a política ambiental do governo federal, Marina evitou criticar a extração do petróleo da camada pré-sal, ao ser questionada pela plateia. “Penso nessa questão do petróleo ainda como um mal necessário, mas não o bem desejado (...). Que pelo menos essa produção possa produzir os meio que possam evitar que a gente dependa do petróleo.”

Gabeira, por outro lado, disse que a produção é um problema. “O problema é que passam na área do pré-sal as espécies em extinção. Nós estamos vivendo uma mudança muito grande no litoral do Rio, marcada por máquinas, plataformas e inclusive pela contaminação do próprio pescado que é consumido”, disse. 

Fonte: Terra
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