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Política

Manifestantes são impedidos de lavar rampa do Congresso

30 jan 2013 - 17h14
(atualizado às 17h15)
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Cerca de 20 manifestantes contrários à eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado foram impedidos de lavar a rampa do Congresso Nacional na tarde desta quarta-feira (30). Os manifestantes chegaram ao Senado no final da manhã, mas foram informados pela Polícia Legislativa que só poderiam realizar o ato simbólico – lavagem da rampa – caso obtivessem a autorização de algum senador, o que não ocorreu.

O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta quarta-feira (30) com 81 vassouras, baldes e panos de chão que seriam utilizados no protesto
O gramado em frente ao Congresso Nacional amanheceu nesta quarta-feira (30) com 81 vassouras, baldes e panos de chão que seriam utilizados no protesto
Foto: Elio Rizzo / Futura Press
 
Às 15h, eles se reuniram em frente ao Congresso e formaram uma cruz no gramado com as vassouras que seriam usadas para lavar a rampa. Depois, os manifestantes decidiram lavar a borda do espelho d’água que fica em frente ao prédio do poder Legislativo.
 
Segundo Antônio Carlos Costa, diretor da organização não governamental (ONG) Rio de Paz, durante o ato, o movimento conseguiu 100 mil assinaturas para um abaixo-assinado contra a eleição de Renan. “Agora que atingimos essa marca, vamos dar munição para os senadores ‘de bem’ se manifestarem contrariamente à eleição dele”, disse. A intenção do movimento é barrar a volta de Calheiros à presidência do Senado. A eleição está marcada para esta sexta-feira (1), e a escolha do senador é dada como certa.
 
“A eleição de Renan é a desmoralização de uma instituição que custou o sangue dos brasileiros. É inadmissível que isto aconteça. Queremos um presidente ficha limpa”, protestou Antônio Carlos. O presidente da ONG Rio de Paz lembrou que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ofereceu denúncia contra Renan por ter usado notas frias para justificar gastos pessoais. O escândalo, que veio à tona em 2007, custou a Calheiros a presidência da Casa, já que ele renunciou ao cargo.
 
A eleição da Mesa Diretora do Senado está marcada para esta sexta-feira (1). A candidatura de Renan ainda não está oficializada, mas é dada como certa pelos peemedebistas. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) corre por fora com candidatura independente. 
 
O caso envolvendo Renan Calheiros tramita no STF desde 2007 sob o número 2593 e relatoria do ministro Ricardo Lewandowski. Desde então, o senador já teve seus sigilos fiscal e bancários quebrados por ordem do Supremo. A investigação, no entanto, estava nas mãos de Gurgel desde abril de 2011, tempo em que ele não fez mais nenhum pedido ao relator do caso.
 
Histórico
Em maio de 2007, surgiram as primeiras denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso como pensão alimentícia. A jornalista tem uma filha de Renan Calheiros. Em sua defesa, o senador apresentou documentos que comprovavam renda suficiente para pagar a pensão da filha e que não precisaria da ajuda de lobistas.
 
Diante disso, o Conselho de Ética da Casa recomendou a cassação do mandato do parlamentar, mas o plenário do Senado o absolveu por 40 votos contra, 35 a favor e seis abstenções. No entanto, a pressão fez com que Renan Calheiros renunciasse à presidência do Senado.
 
Naquele mesmo ano, uma nova denúncia abalou a história política do senador. Acusado de ter comprado rádios em Alagoas por meio de "laranjas", novamente Renan foi absolvido pelos colegas em nova votação pela cassação de seu mandato. Desta vez, o placar foi 48 votos contra e 29 a favor.
 
Outras quatro denúncias foram apuradas no Conselho de Ética, mas não chegaram a ser decididas em Plenário. Renan foi acusado de tráfico de influência junto à empresa Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes, espionagem de parlamentares da oposição, participação em esquema de desvio de verbas públicas em ministérios do PMDB, seu partido, e de apresentar notas frias em nome de empresas fantasmas para comprovar rendimentos.
 
Fonte: Terra
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