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Política

MA: dois prefeitos são presos por desvio de R$ 100 milhões

Investigação aponta para desvios de recursos que ultrapassam R$ 100 milhões.

7 mai 2015 - 10h48
(atualizado às 10h50)
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Dois prefeitos, um ex-prefeito, um contador e um empresário foram presos suspeitos de fazerem parte de uma quadrilha que pode ter desviado, pelo menos, R$ 100 milhões. As prisões fazem parte de uma operação da Polícia Civil do Maranhão com o Grupo de Atuação Especial no Combate a Operações Criminosas do Ministério Público (Gaeco).

Para os delegados e promotores que atuam no caso, os prefeitos de Bacuri, e de Marajá do Sena, além do ex-prefeito  e do contador da prefeitura de Marajá do Sena e um empresário mantinham um esquema que desviava o dinheiro de programas do Governo Federal. Os programas voltados para educação era um dos alvos preferidos da quadrilha.

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A apuração da Polícia e do Gaeco mostram que empresas de fachada foram montadas por agiotas em nome de laranjas para poder receber o pagamento de empréstimos feitos a candidatos eleitos.

Richard Nixon Monteiro dos Santos (prefeito de Bacuri), Edvan Costa (prefeito de Marajá do Sena), Perachi Roberto Moraes (ex-prefeito de Marajá do Sena), José Epitácio Muniz Silva (contador de Marajá do Sena), e Josival Cavalcanti da Silva (agiota, segundo a polícia) foram presos nessa semana.  Continua foragido o ex-prefeito de Zé Doca Raimundo Nonato Sampaio.

No total, foram cumpridos 20 mandados, sendo cinco de prisão temporária, 12 de busca e apreensão e três de condução coercitiva. Com o grupo foram apreendidos veículos de luxo, computadores e vários cheques – com valores em branco - assinados pelos prefeitos.

Afastamento

Richard Nixon assumiu a Prefeitura de Bacuri depois que o Tribunal de Justiça do Maranhão decidiu afastar do cargo José Baldoíno. A Justiça maranhense determinou a saída de Baldoíno do cargo depois de constatar fraudes na gestão de recursos para o transporte escolar na cidade.

Em abril do ano passado, oito estudantes com idades entre 11 e 17 anos morreram depois de a caminhonete em que seguiam para a escola bater contra um caminhão que transportava pedras. O veículo no qual seguiam os estudantes era contratado pela prefeitura e era dirigido por um adolescente de 15 anos. 

Terra News: o que você deve saber para começar o dia (07/05):

“Mortos-vivos”

Ainda de acordo com a comissão de investigação, as empresas que ganhavam as licitações e contratos com as prefeituras eram registradas em nome de pessoas mortas. Por esta razão, o nome desta fase da investigação que apura a agiotagem no Maranhão levou o nome de “Morta-Viva” e “Maharaja” em função de um dos municípios lesados pelo bando ser Marajá do Sena.

Mãe e filho presos

Em 31 de março a Polícia Civil iniciou a operação “Imperador”, que culminou com as prisões temporárias da ex-prefeita do município de  Dom Pedro, Arlene Barros, e de seu filho, Eduardo Barros, que seria o líder do grupo. Ele se apresentou à polícia um dia depois de sua mãe ser levada presa pela polícia. Com Eduardo foram apreendidos 24 veículos, sendo 20, de luxo.

Morte de jornalista

As investigações dos crime de agiotagem no Maranhão iniciaram logo após a morte do jornalista e blogueiro, Aldenísio Décio Leite de Sá. Décio Sá foi morto em abril de 2012 após denunciar em seu blog o envolvimento de agiotas com prefeitos. Os agiotas eram financiadores de campanhas políticas e recebiam o pagamento por meio de empresas fantasmas vencedoras de licitações para prestação de serviços no município.  

Piores IDH no Brasil

Marajá do Sena é o quarta pior cidade para se viver no Brasil, segundo o índice de desenvolvimento humano elaborado e divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Bacuri está algumas posições acima e é a 4670ª “melhor” cidade para se morar, de acordo com o levantamento que analisa a longevidade, educação e renda que varia de 0 a 1.

As duas cidades que tiveram seus gestores presos na operação apresentam índices de 0,452 e 0,578, respectivamente.

Fonte: Terra
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