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Política

Lula: "quem construiu o Brasil que temos hoje foi o povo"

23 abr 2014 - 14h53
(atualizado às 15h15)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira em Salamanca, na Espanha, que "quem construiu o Brasil que hoje temos foi o povo", e que ele foi apenas um condutor.

Lula recebeu hoje o título de doutor honoris causa da Universidade de Salamanca por seu apoio a uma educação pública "como impulso para a liberdade", afirmou o reitor da instituição, Daniel Hernández Ruipérez.

Um reconhecimento que, segundo a opinião de Lula, não é particular, "mas para todo o povo do Brasil, por tudo o que fez para si mesmo".

"Quando assumi a presidência do Brasil, onze anos atrás, recebi da sociedade um mandamento que se resumia numa única palavra: mudança. Era chegada a hora de superar um modelo injusto, que perpetuava a desigualdade e impedia o pleno desenvolvimento do meu país", disse Lula.

"Estou muito feliz já que o povo brasileiro não se contenta com o que tem hoje, mas deseja muito mais", acrescentou o ex-presidente.

Como consequência desse desejo do povo, segundo Lula, os dirigentes têm que oferecer "muito mais, já que estamos ainda muito atrasados e devemos recuperar todo o tempo perdido".

Em seu discurso, Lula relatou os problemas da educação encontrou ao chegar na presidência: "exclusão", "desigualdade" e "pobreza", tudo isso amparado por "uma total falta de igualdade de oportunidades".

"A partir desse momento começou um longo caminho e grandes desafios: a igualdade na educação de crianças e jovens, que todos tivessem as mesmas oportunidades", acrescentou Lula, para quem a educação é fundamental "para combater desigualdades".

Para alcançar as metas, Lula disse que foram investidos "33 bilhões de euros" com o objetivo de dar um salto de "qualidade no ensino público", e se destinou 75% do lucro do petróleo encontrado educação "para tirar o país do atraso".

O ex-presidente também destacou o trabalho realizado para se conseguir uma educação igualitária, sem distinção "nem por sexo, nem por condição econômica, nem por cor", e apontou o Brasil como o país onde se "criou uma universidade afro-brasileira".

Perguntado pelos jornalistas portugueses presentes sobre a Revolução dos Cravos, que completa 40 anos na sexta-feira, Lula disse que o movimento viajou "mais rápido ao Brasil do que as próprias caravelas" de Cristóvão Colombo.

O golpe, que derrubou o regime que levou ao poder o ditador português António de Oliveira Salazar, significou, segundo o ex-presidente, um "aroma de liberdade, um cheiro da revolução que ocupou a América Latina e alguns países da África".

Para Lula, o ocorrido em Portugal foi uma "conquista de toda a humanidade".

EFE   
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