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Política

Lula fala de excesso de trabalho e chama Senado de "paraíso"

31 mar 2010 - 12h59
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que, nos pouco mais de sete anos de governo, nunca trabalhou tanto na vida. Nem mesmo quando era operário, disse, tinha uma jornada de trabalho tão árdua como a de hoje. Ao explicar que parte dos ministros de Estado deixam o governo para disputar as eleições, afirmou que o desejo de alguns de conseguir ser eleito senador é justificável, uma vez que "o Senado é o paraíso".

"Nem o céu é melhor que o Senado. No céu a gente tem que morrer para ir. No Senado pode ir vivo. Assim vai um monte de companheiro retornar ao paraíso e nós ficamos com a carga de trabalhar por nós e trabalhar por eles", disse Lula após empossar dez novos ministros no Palácio do Itamaraty.

"(Os ministros estão deixando o governo) na expectativa de construir uma outra história política. Estão deixando o sacrifício de ser governo. Nunca trabalhei como trabalho no governo. Quando trabalhava na fábrica sabia que entrava às 8h e saía às 18h. Aqui é cheio de gente desaforada que liga depois das 23h, liga sábado, liga domingo e acha que a gente tem que atender", disse.

Ao agradecer os ministros que deixam o Executivo para disputar as eleições de outubro de 2010, Lula elogiou o "sucesso" da equipe e disse esperar não ter de fazer mais nenhuma alteração na equipe de primeiro escalão do governo até o final do ano.

"Hoje, por incrível que pareça, é um dia menos triste que quando a gente tem que tirar um ministro porque a gente quer tirar um ministro. Quando a gente convida para ser (ministros), (eles dizem que vão ser) 'servidor desse País'. Não acreditem nisso porque na hora de tirar é muito difícil. Tive casos históricos que um dia, quando eu tiver próximo da extrema unção, posso contar. Hoje não", brincou o presidente, emendando que "montar uma equipe é a arte do sucesso de governar".

O presidente Lula empossou nesta quarta dez novos ministros de Estado que assumem o primeiro escalão do Executivo federal em substituição aos titulares, que são obrigados a deixar suas pastas para poderem se candidatar nas eleições de outubro. Detentores de cargos públicos que pretendem disputar postos eletivos têm até o dia 3 de abril para deixar as funções que ocupam e poderem atender às exigências da Justiça eleitoral.

Além da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ungida pré-candidata governista à Presidência da República, deixam o governo os titulares da Agricultura, Previdência, Comunicações, Desenvolvimento Social, Minas e Energia, Igualdade Racial, Transportes, Integração Nacional e Meio Ambiente.

Ao todo, 70% das trocas serão consolidadas com a nomeação dos secretários-executivos, cargo "número dois" na hierarquia dos ministérios.

Fonte: Redação Terra
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