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Política

Lula diz que SP merece dar chance de tirar tucanos do governo estadual

Ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deverá ser o candidato do PT em 2014, Lula pede para militância sair às ruas

14 set 2013 - 12h39
(atualizado às 17h47)
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Lula discursou durante o Encontro da Região Metropolitana, promovido pelo PT no centro da capital paulista neste sábado
Lula discursou durante o Encontro da Região Metropolitana, promovido pelo PT no centro da capital paulista neste sábado
Foto: Vagner Magalhães / Terra

O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou na manhã deste sábado que os paulistas merecem dar uma chance para o Estado "tirando os tucanos do governo de São Paulo". Ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ele fez a declaração durante o Encontro da Região Metropolitana, promovido pelo partido no centro da capital paulista.

"São Paulo não pode ficar nas mãos de um passarinho que tem voo curto e bico grande", disse ele, se referindo ao símbolo do PSDB, que completa 20 anos de poder no Estado no próximo ano. "É o seguinte. Espero que não me multem porque não falei de eleição", ironizou. Em seguida, ele chamou a militância para ir às ruas.

"Precisamos voltar a ter orgulho do nosso partido. Usar nossa bandeira vermelha, colocar a estrela no peito. As críticas que fazem ao PT é pelas nossas virtudes, não pelos nossos defeitos. Não se ganha nada se ficarmos cochilando", disse o ex-presidente. E completou. "Já fui multado por falar de eleições antes da hora. Saíram 15 mil do meu bolso", disse.

Lula cobrou da militância uma participação mais ativa na vida do País, lembrando das manifestações que se iniciaram em julho nas principais capitais do Brasil. "O partido é que poderia estar puxando esses movimentos. E não é contra o Haddad, a Dilma, o Lula. É a favor deles. Em vez de achar que isso é ruim, tem de achar que é bom", disse ele. "Não importa de que partido, de que religião, mas era o povo brasileiro. Foi às ruas clamar por melhores condições de vida."

Para Lula, o partido não pode ficar à margem da vida política do Brasil. "Se tem um partido que não tem medo de se esconder é o Partido dos Trabalhadores", disse, recebendo os aplausos das cerca de 500 militantes que compareceram ao encontro.

Homenagem a Gushiken

Lula lembrou ainda do ex-ministro da Secretaria de Comunicação de seu primeiro governo, Luiz Gushiken, que morreu na noite de ontem em São Paulo. "Quando soube da notícia, fiquei em dúvida se faríamos o encontro. Eu tinha ido visitar o Gushiken anteontem. A gente convive desde 1978", lembrou.

Sobre a visita, disse que ficou consternado ao ver o amigo em uma situação bastante difícil. "Era um cadáver em cima de uma cama a espera de um descanso. Não merecia ter sofrido o quanto sofreu. Em 2002, quando eu fui candidato, ele tinha tirado uma parte do estômago, do intestino. Ele me levou à vitória nas eleições de 2002", disse.

Mesmo absolvido no escândalo do Mensalão, Gushiken foi injustiçado, de acordo com o ex-presidente. "Ele (Gushiken) foi vítima de uma mentira de uma parte da imprensa desse País. Eu sei o que ele sofreu com as infâmias que levantaram contra ele. O (jornalista) irresponsável não leva em conta a história dessas pessoas, que tem família. Ele sofreu muitos anos, de um lado com a doença e de outro com a perseguição. A imprensa que o acusou deveria ter pedido desculpas ao Gushiken. O jornalista canalha deveria ter pedido desculpas. Eu te acusei porque o meu chefe mandou te acusar. Porque acreditei na mentira de outra pessoa. Ele se foi enquanto matéria. Mas a coisa boa é que as ideias não morrem", completou. 

O ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) no governo Lula tinha 63 anos e morreu na noite de sexta-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O corpo será enterrado às 16h deste sábado no cemitério do Redentor, no Sumaré, zona oeste de São Paulo. Ele está sendo velado no mesmo local desde o início da manhã. 

Fonte: Terra
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