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Política

Lula critica fala de Aécio Neves em defesa das privatizações

10 abr 2010 - 16h21
(atualizado às 19h40)
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Juliana Finardi
Direto de São Bernardo do Campo

Ao lado da pré-candidata à Presidência da República pelo PT, Dilma Rousseff, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou neste sábado o discurso do PSDB durante o pré-lançamento do nome do ex-governador de São Paulo José Serra para a corrida presidencial deste ano, realizado em Brasília. Lula e Dilma participaram de um encontro de centrais sindicais promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo (SP).

A candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, à direita, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversam durante uma reunião com líderes sindicais em São Bernardo do Campo, São Paulo
A candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, à direita, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversam durante uma reunião com líderes sindicais em São Bernardo do Campo, São Paulo
Foto: AP

Estrategicamente, o presidente chegou ao evento por volta das 13h30, depois de ter acompanhado os discursos realizados pela oposição no evento na capital federal. "Sou um homem de boa índole, mas em um momento auspicioso, o ex-governador de Minas (Aécio Neves) disse que eles (oposição) reforçariam as privatizações e foi muito aplaudido. Foi o momento de maior aplauso na festa dele. Eu não quero esses aplausos", disse Lula.

O presidente ainda mandou um recado para os adversários. "Se não fosse o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES, nós teríamos sucumbido à crise. Quem fala isso pensa que tem de entregar os dedos, porque os anéis entregaram há muito tempo", afirmou.

Apontado como possível candidato a vice-presidente na chapa de José Serra, Aécio Neves defendeu em seu discurso em Brasília as privatizações realizadas nos oito anos da gestão de Fernando Henrique Cardoso. As privatizações foram justificadas por Aécio como uma necessidade de modernização da economia brasileira. "Privatizamos, sim, setores que precisavam ser, como a telefonia (...), que negaram espaço à eficiência", disse o tucano.

Lula, que tentou deixar claro que sua presença no evento estava desconectada com as atividades à frente da Presidência da República - a assessoria do Planalto não se envolveu no cerimonial e no credenciamento de imprensa - mostrou-se sem receio de possíveis multas da Justiça Eleitoral e falou diretamente sobre o pleito deste ano e de sua candidata. "Quem aqui está convencido que vai votar na Dilma?", perguntou. Ao ver a plateia de cerca de 800 pessoas levantar os braços, afirmou: "Mesmo assim, eu vou reforçar".

Um minuto de silêncio

A ex-ministra Dilma, que começou seu discurso propondo um minuto de silêncio às vítimas das chuvas no Rio de Janeiro, traçou uma espécie de "cartilha" do que não faz "de jeito nenhum" nos próximos meses de campanha eleitoral. "Não fujo da situação, não tenho medo da luta, só mudei quando o Brasil mudou e nunca vou abandonar o barco", disse.

"Vou lutar até o fim pelo que acredito, não traio o povo brasileiro. Vocês não me verão pedindo por aí que esqueçam o que eu falei ou escrevi", afirmou, referindo-se ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria dito a frase ao comentar seu desempenho frente ao governo.

A ex-ministra finalizou sua participação no evento afirmando, estrategicamente, que "respeita os movimentos sociais esteja onde estiver". A frase arrancou aplausos da plateia, composta por integrantes das centrais CUT, Força Sindical , UGT, CGTB, CTB e NCST.

Fonte: Especial para Terra
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