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Política

Lula apela por reforma para evitar desqualificação da política

A deputados, Lula disse que desqualificação de instituições beneficia "tiranos" que não conseguem chegar a política pelo voto direto

29 out 2013 - 17h53
(atualizado às 18h07)
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Ex-presidente cobrou ainda da Câmara aprovação do Marco Civil da Internet
Ex-presidente cobrou ainda da Câmara aprovação do Marco Civil da Internet
Foto: Laycer Tomaz / Agência Câmara

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira, em discurso na Câmara dos Deputados, a realização de uma reforma política para reduzir o poder econômico nas eleições e requalificar os partidos políticos. Segundo Lula, a desqualificação da política e das eleições beneficiam “tiranos” que não têm capacidade de chegar à política pelo voto. “É de aprofundar a democracia que estamos falando. Isso significa requalificar os partidos, reduzir a influência do poder econômico nas eleições e ampliar as formas da sociedade no processo legislativo”, disse Lula, que foi à Câmara dos Deputados para receber uma medalha de Suprema Distinção pelos serviços prestados ao País. 

"Nada contribui tanto para desqualificação da politica do que ver partidos atuando como mero balcão de negócios", disse. “Historicamente a desqualificação da política e das instituições democráticas tem servido aos tiranos e aos que não são capazes de chegar ao poder pela via do voto. Não podemos contribuir para que isso ocorra”, afirmou o ex-presidente, ao defender maior participação popular na política.

A defesa de uma reforma política foi um dos pactos propostos pela presidente Dilma Rousseff após as manifestações que tomaram as ruas de várias cidades do Brasil em junho. Dilma queria que o Congresso aprovasse a realização de um plebiscito para mudar regras eleitorais.

Até agora, no entanto, a Câmara e o Senado apenas colocaram em votação um projeto que foi apelidado de minirreforma eleitoral. A matéria - que altera regras para as eleições - sofreu resistência do Partido dos Trabalhadores (PT), que defendia mudanças mais amplas. Durante sua fala, Lula disse que a Câmara não precisava “temer o desafio” de colocar em votação a proposta.

Citando as manifestações, Lula disse que o povo foi para as ruas com objetivo de exigir mais do Estado. “O povo foi para rua exigir um pouco mais de Estado, o povo foi para rua para dizer que precisa de mais coisas, que ele aprendeu a comer contrafilé e não quer mais comer acém. Ele quer comer filé de verdade”, disse.

O presidente voltou a criticar, no entanto, a negação da política por parte dos jovens que saíram as ruas. “O povo foi para a rua para exigir mais, mas ao mesmo tempo vimos uma parte daquela manifestação negar a política, como se nenhum político prestasse. Eles não faziam nenhuma distinção. Que a política era todo mundo do mesmo saco e que todo mundo era corrupto”, disse.

Fonte: Terra
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