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Política

Lindbergh: não é papel do PT-RJ ficar o resto da vida em 2º plano

30 out 2012 - 20h22
(atualizado às 20h30)
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Pré-candidato do PT ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 2014, o senador Lindbergh Farias demonstrou confiança e disse que "não é papel do PT do Rio ficar o resto da vida" em segundo plano. Em entrevista ao Jornal do Brasil, ele revelou que não se vê fora de um eventual segundo turno e que seu sonho era que o PMDB o apoiasse no pleito. Destacou, ainda, a força do ex-governador Anthony Garotinho (PR) na disputa.

"Não me vejo fora de um segundo turno por nada. Hoje, se tivesse um segundo turno, era eu contra o Garotinho. Ele mantém força no interior, na Baixada, ganhou em São Gonçalo. As pessoas têm mania de menosprezar sua influência. Eu não o menosprezo, sei que ele tem força. Quem quiser menosprezá-lo, que menospreze, e aí está a vitória em São Gonçalo", avaliou Lindbergh. "Na verdade, meu sonho é que o PMDB me apoiasse. É natural que eles tenham sua própria candidatura. Mas o jogo vai ser muito duro com o Garotinho, que está com muita força".

Apesar de a recusa da cúpula do PMDB em apoiá-lo e de ter lançado seu próprio candidato para as eleições de 2014, o atual vice-governador, Luiz Fernando Pezão, o senador considerou que sua candidatura não é de oposição ao governo atual. "O PMDB tem planos, com o Pezão até 2018 e com o Eduardo Paes até 2022, como já anunciaram em diversos meios de comunicação. Nós também temos nosso projeto. Tenho uma relação super respeitosa com o governador e uma candidatura minha não significa que é de oposição. Após oito anos de governo, é natural que saia um candidato da base. Mas quero manter a boa relação com o Sérgio Cabral, que fez um governo importante, com muitos acertos", afirmou o senador petista.

Segundo ele, antes das eleições deste ano, o PMDB era hegemônico na política do Estado. Com o resultado deste domingo, avaliou, ficou exposto que o partido "não tem mais essa hegemonia toda. Continua sendo forte, mas recuou de 35 para 25 prefeituras. Nós elegemos 11 prefeituras do PT, mas temos aliados importantes eleitos como Dr. Aloízio, em Macaé, Alexandre Cardoso, em Duque de Caxias, Rubens Bomtempo, em Petrópolis, e Sandro Matos, em São João de Meriti", enumerou.

Para o senador, o ex-governador Anthony Garotinho também cresceu, porque o seu partido, além de conquistar o município de Campos dos Goytacazes, garantiu a prefeitura de São Gonçalo, o segundo município mais populoso do Rio. Uma importante conquista do PT foi em Niterói, onde elegeu o candidato Rodrigo Neves. Segundo Lindbergh, Neves precisa administrar a cidade e manter boas relações com o governo estadual e federal. Disse, no entanto, que por se tratar de um militante petista, não tem dúvidas de que "na hora certa" ele apoiará o partido. "Não é hora dos partidos e prefeitos se anteciparem, é hora de trabalhar de cuidar da administração de suas cidades", frisou o ex-prefeito de Nova Iguaçu.

Como rescaldo das eleições, Lindbergh se diz animado porque deu visibilidade à sua candidatura ao governo. "Saímos com um jogo de forças muito mais equilibrado. Estou muito animado, porque acho que me impulsionei muito bem. Visitei 61 dos 92 municípios, me tornei mais conhecido, participei de programas de televisão. Aproveitei para consolidar meu nome como candidato ao governo. O PT está unificado neste projeto", garantiu.

O senador ainda se mostrou muito empolgado com a Caravana da Cidadania, que começará a promover após o carnaval. A iniciativa é baseada nas viagens do ex-presidente Lula entre 1993 e 1994, nas quais visitou as mais diversas regiões do País. A intenção de Lindbergh é visitar todos os 92 municípios fluminenses para entender seus problemas. A peregrinação começa por Japeri.

"Quero fazer o que o ex-presidente Lula fez quando participou da Caravana da Cidadania. Foi muito importante para o seu governo, ver e conhecer os problemas que as pessoas enfrentam", contou.

O petista afirmou que o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é um aliado prioritário no seu projeto para o governo em 2014. No Rio, Rubens Bomtempo e Alexandre Cardoso, eleitos em Petrópolis e Duque de Caxias, respectivamente, são do partido. "Agora, é lógico que o PSB é aliado prioritário para que venha mais à frente com a gente. Os partidos só vão se definir em 2013, mas tenho conversado com vários. Vejo boa perspectiva", disse.

Apesar das recentes especulações de que o senador poderia se lançar ao governo como candidato do PSB, ele afastou a possibilidade: "minha candidatura vai ser pelo PT", informou.

Para Lindbergh, há um sentimento no interior do Estado e na Baixada Fluminense de que o atual governo concentra os investimentos na zona sul e na Barra da Tijuca. "É preciso ter maior equilíbrio, necessário abranger os vários Rios que existem. O Lula melhorou o Brasil porque fez pelos mais pobres, pelos trabalhadores. O metrô na Barra é importante, mas e a Zona Oeste, São Gonçalo, o que vamos fazer? A dificuldade do povo de lá para se deslocar é terrível. Por que não transformar os trens em metrô na superfície?"

"Meu programa será popular, que olha para o povo do estado. Se criarmos empregos na Baixada, melhoramos a questão da mobilidade. Quero trabalhar pelo povo que mais precisa", afirmou.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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