Líder do DEM questiona governo sobre repasses ao MST
Marina Mello
Direto de Brasília
O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), encaminhou um requerimento ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, pedindo informações sobre os repasses de verba que são feitos atualmente para entidades não-governamentais ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
No documento, Caiado quer saber o porquê de entidades ligadas ao MST que apresentam indícios de irregularidades - como a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca) e a Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab) - que já foram apontadas pela extinta CPI da Terra, continuam a receber dinheiro público, apesar de o volume de verba ter diminuído após as suspeitas. Além disso, o líder quer saber o motivo de, após ter sido encerrado o trabalho da CPI, outras entidades terem passado a receber "volumes vultosos" de recurso público.
Segundo levantamento feito pelo partido, a partir de 2006, depois do encerramento da CPI, nove entidades começaram a receber um volume maior de dinheiro. O líder acredita que, diante da suspeita levantada pela CPI sobre a Anca e a Concrag, o MST pode ter usado outras novas entidades para receber o dinheiro.
Dependendo da resposta que receber do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Caiado deverá tomar outras atitudes. Uma delas poderá ser convocar o ministro Cassel para ir até o Congresso e prestar esclarecimentos sobre o assunto.
"Estamos identificando aqui tudo o que o TCU (Tribunal de Contas da União) já levantou. (...) A lei impede entidades que realizam invasões de receber dinheiro público. Primeiro vamos buscar informações para depois tomarmos as atitudes cabíveis", afirmou.
Ao comentar o tema, Caiado manifestou apoio às últimas declarações feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, que criticou as invasões feitas pelo MST.
