PUBLICIDADE

Política

Lava Jato: Youssef nunca praticou extorsão, diz advogado

Defesa diz que crime "não condiz com a personalidade" do doleiro; Youssef está sozinho na cela e tem saúde debilitada

20 nov 2014 - 13h47
(atualizado às 14h09)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>O doleiro Alberto Youssef ocupa uma cela sozinho na unidade da Polícia Federal em Curitiba</p>
O doleiro Alberto Youssef ocupa uma cela sozinho na unidade da Polícia Federal em Curitiba
Foto: Twitter

O advogado Tracy Reinaldet, um dos defensores do doleiro Alberto Youssef, rebateu nesta quinta-feira as declarações de dois empresários que, em depoimento à Polícia Federal, disseram ter sido vítimas de extorsão e, por isso, pagaram propina ao doleiro.

“Essa acusação não existe formalmente contra o Alberto Youssef e eu posso lhe dizer: o Alberto Youssef nunca fez extorsão de quem quer que seja. Quem conhece o Alberto Youssef sabe, inclusive, que esse tipo de infração não condiz com a personalidade do Alberto Youssef”, afirmou Reinaldet ao deixar a sede da PF em Curitiba, onde o doleiro está presos com outros 13 investigados da sétima fase da Operação Lava Jato.

O diretor de Óleo e Gás da Galvão Engenharia, Erton Medeiros Fonseca, e o vice-presidente-executivo da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, que estão entre os presos, admitiram à PF que pagaram propina depois de serem ameaçados por Youssef e pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberta Costa – que encontra-se em prisão domiciliar no Rio de Janeiro.

“As imputações contra o Alberto Youssef nas denúncias apresentadas pelo Ministério Público são de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional. Não existe nenhuma imputação de extorsão em desfavor de Alberto Youssef ou de quem quer que seja”, continuou o advogado.

Propina

Questionado, então, se o doleiro irá negar o recebimento de propina, o advogado informou que a questão está sendo tratada na delação premiada – proposta aceita por Youssef. “Então, como é um tema sigiloso, eu não vou responder a essa pergunta”, disse Reinaldet. Ao contrário do que informou a assessoria de imprensa da PF, o advogado disse que não há depoimento de Youssef marcado para esta quinta. Ele chegou antes das 9h à sede da PF em Curitiba e saiu por volta das 12h, mas disse que o que houve foi apenas uma reunião entre Youssef e a defesa.

Reinaldet evitou fazer projeções sobre a redução da pena de Youssef a partir do acordo de delação premiada. “Óbvio que o intento da defesa é que o Alberto colabore da melhor forma possível com a Justiça, para conseguir uma redução da pena considerável. Mas não existe qualquer perspectiva ainda”, afirmou.

Sozinho na cela

Apesar das limitações da carceragem da PF, que chegou a ficar superlotada na última sexta-feira, quando chegaram os 23 presos da sétima fase da operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef foi separado dos demais investigados e ocupa uma cela sozinho.

“Não houve qualquer manifestação de agressividade por parte das outras pessoas que foram presas na sexta-feira passada, mas, por uma medida preventiva, ele fica isolado numa cela. Essa sensação de ameaça ou de qualquer ação agressiva contra o Alberto Youssef não existe”, afirmou o advogado Reinaldet.

Saúde debilitada

O advogado de Youssef confirmou que o doleiro está mal de saúde e elogiou o tratamento da Polícia Federal e do Ministério Público, mas disse que ainda aguarda resultados de exames para ver quais medidas poderão ser tomadas – Youssef tem problemas cardíacos e chegou a ser internado em outubro.

“O Alberto Youssef efetivamente está mal de saúde. Ele emagreceu 20 quilos ao longo desses meses de cárcere. Tanto a Polícia Federal quanto o Ministério Público Federal têm sido muito gentis a respeito dessa questão de saúde, prestando a assistência necessária e removendo o Alberto Youssef para o hospital, quando necessário. Mas é óbvio que existem certos limites de compatibilidade entre o quadro de saúde do Youssef com o cárcere”, disse.

“A gente está dependendo de alguns critérios que não foram estabelecidos ainda pela questão médica, alguns exames que não voltaram ainda, não tiveram resultados. Então a gente não está tomando nenhuma iniciativa, seja de pedido de remoção, seja de prisão domiciliar ou algo do gênero. Está muito incerto ainda”, continuou Reinaldet.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade