Kassab diz que Dilma receberá membros do PSD na próxima 5ª
- Claudia Andrade
- Direto de Brasília
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM), reuniu-se nesta sexta-feira com a presidente da República, Dilma Rousseff, e sugeriu que presidentes estaduais do PSD (Partido Social Democrático) sejam recebidos no Palácio do Planalto na próxima semana. "Consultei se ela (Dilma) queria receber os parlamentares para nos apresentarmos. Ela consultou o chefe de gabinete que veio com a sinalização de que ela nos receberá na quinta-feira".
Questionado se o PSD seria uma alternativa aos integrantes da base que estão insatisfeitos com a relação com o governo, Kassab negou. "Não gostaríamos e não permitiremos que sejamos resultado de insatisfações partidárias por conta de relações com o governo. Queremos que façam sua adesão ao partido ao PSD aqueles que se identifiquem com as diretrizes, com o projeto do partido".
O prefeito também foi questionado sobre a situação de aliados que teriam desistido de se filiar ao PSD, por conta dos riscos em torno da criação da legenda a tempo de disputar as eleições do ano que vem. "Não houve isso. Havia uma suposição que os vereadores iriam para o PSD, não tinha nenhum encaminhamento. Em relação ao PSD, os que virão já participaram da reunião de fundação do futuro partido, em São Paulo".
Kassab voltou a dizer que o PSD "nasce independente no Congresso Nacional", mas ressaltou que a presidente "terá permanentemente todo meu apoio para que possa ser bem-sucedida". Ele criticou ainda os questionamentos à fundação do partido. "Em relação às assinaturas, voluntários, militantes, parlamentares, saem com um monte de fichas, alguns fazem sem cuidado, outros de maneira irresponsável, leviana, outros de má fé. Isso é encaminhado à Justiça eleitoral para selecionar o que é válido. Na verdade, o que houve foi muita má fé de adversários que procuraram iludir a opinião pública".
São necessárias 500 mil assinaturas para fundação do partido. No entanto, há denúncias de irregularidades na coleta das assinaturas e também em documentos usados para formalizar a criação de diretórios municipais. "Os questionamentos não têm nenhum fundamento", disse.
Dívida
Durante o encontro com a presidente, o prefeito da capital paulista falou sobre a questão da dívida do município, classificada por Kassab como "impagável". "A presidente está muito sensível, as autoridades econômicas também estão muito sensíveis. Eu saio confiante que possamos encontrar uma solução para esta questão", disse, acrescentando que o município pagará R$ 4 bilhões só este ano em função da dívida.
"Até o último dia vou pagar essa dívida, mas estou preocupado com o meu sucessor. A dívida não é minha, eu só a estou honrando". Segundo Kassab, a dívida era de R$ 10,5 bilhões em 2000 e desde então, R$ 13,6 bilhões já foram pagos. O montante hoje ultrapassa R$ 46 bilhões, de acordo com os dados apresentados pelo prefeito.
