Justiça bloqueia bens de ex-presidente da Câmara de Curitiba
A Justiça do Paraná determinou nesta quinta-feira o bloqueio dos bens do ex-presidente da Câmara Municipal de Curitiba João Cláudio Derosso (sem partido). A decisão afeta, ainda, a ex-mulher dele, Cláudia Queiroz, e quatro funcionários da Câmara de Vereadores da capital paranaense. No total, a decisão do juiz Jailton Juan Carlos Tontini determinou o bloqueio de R$ 5,9 milhões.
Os seis acusados são réus em um processo de improbidade administrativa aberto pelo Ministério Público do Estado. De acordo com denúncias, a ex-mulher de Derosso - então presidente da Câmara - teria sido beneficiada em uma licitação para as verbas de publicidade da Casa.
João Cláudio Derosso, que comandou a Casa por 15 anos, responde por improbidade administrativa devido a uma série de irregularidades em contratos de publicidade da Câmara. Ele foi acusado de contratar a empresa Oficina da Notícia, de propriedade de Cláudia Queiroz, em 2006, quando ela era funcionária da Casa, o que é vedado pela Lei de Licitações. Posteriormente, Derosso assumiu relação afetiva com Cláudia, não sendo a relação de ambos um impeditivo para que os contratos fossem prorrogados em duas oportunidades. Pelo contrato, a empresa de Cláudia recebeu R$ 5 milhões.
Derosso foi alvo de processo no Conselho de Ética do Legislativo municipal e de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mas, com ampla maioria de apoio na Câmara, conseguiu que os dois processos fossem arquivados.
Em março, Derosso renunciou ao seu cargo na Mesa Executiva da Câmara. A renúncia ocorreu após pressões de seu próprio partido na época, o PSDB, para que ele deixasse o cargo, por conta das investigações. A renúncia foi protocolada no plenário da Casa no momento em que a Câmara iniciava o processo de sorteio dos vereadores que comporiam uma comissão processante para julgar um pedido de destituição do presidente.
Terra tentou entrar em contato com o vereador, mas até o momento não obteve resposta.
