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Política

Justiça aceita denúncia contra doleiro 'amigo' de deputado

23 abr 2014 - 22h25
(atualizado às 22h30)
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A Justiça Federal no Paraná aceitou nesta quarta-feira denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) contra o doleiro Alberto Youssef e mais seis investigados na Operação Lava Jato. De acordo com decisão do juiz Sérgio Fernando Moro, os indícios apresentados pela acusação são suficientes para o recebimento da denúncia. O doleiro está preso desde o mês passado.

A relação com Alberto Youssef levou o deputado André Vargas (PT-PR) ao Conselho de Ética da Câmara. O petista admitiu ter viajado nas férias em um avião fretado pelo doleiro e é acusado de ajuda-lo em um contrato no Ministério da Saúde. Vargas deixou a vice-presidência da Câmara depois das denúncias. Ele chegou a falar em renunciar, mas desistiu.

O juiz concluiu que os indícios apresentados e outra condenação prévia de Youssef são suficientes para apontar suspeitas sobre a origem ilícita do dinheiro. "A simulação de investimentos externos de terceiros em empresa em nome de pessoa interposta e a aquisição de imóvel em nome de pessoa interposta, por outro lado, são condutas de ocultação e dissimulação, enquadráveis no tipo legal de lavagem de dinheiro", afirmou o juiz.

Deflagrada no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, desarticulou uma organização que tinha como objetivo a lavagem de dinheiro em seis Estados e no Distrito Federal. De acordo com as informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras os acusados movimentaram mais de R$ 10 bilhões.

Segundo a polícia, o grupo investigado, "além de envolver alguns dos principais personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil", é responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas, além de desvio de recursos públicos.

A operação foi intitulada Lava Jato porque o grupo usava uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro.

Agência Brasil Agência Brasil
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