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Julgamento do Mensalão

Após defender ir às ruas, presidente da CUT evita falar sobre mensalão

6 ago 2012 - 17h11
(atualizado às 17h37)
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Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, parece ter recuado da ideia de levar a central sindical às ruas para defender os réus do mensalão. No mês passado, Freitas disse que o julgamento não podia ser político. Na ocasião, ele afirmou temer que o maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal (STF) se transformasse em um campo de batalha entre petistas e seus adversários.

No mês passado, Freitas disse que o julgamento não podia ser político
No mês passado, Freitas disse que o julgamento não podia ser político
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

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Indagado pelo Terra sobre quando ocorreria a manifestação em prol dos réus, Freitas desconversou. "Isso não é assunto, viemos falar de outra coisa", disse, ao deixar uma reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto. Ele também não quis responder porque havia mudado sua postura no período de um mês.

Nos últimos meses, sindicatos ligados à CUT serviram de palco para réus do mensalão apresentarem suas defesas.

O julgamento da ação penal do STF começou na semana passada com decisões técnicas do processo e as acusações a 38 réus pelo Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel. A partir desta segunda-feira, começaram as sustentações orais da defesa de cada réu. O prazo máximo dado a cada um é de uma hora.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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