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Julgamento do Mensalão

Defesa de Zé Dirceu dirá que Jefferson 'inventou' o mensalão

30 jul 2012 - 08h57
(atualizado às 10h08)
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A apenas três dias do início do julgamento do mensalão, o criminalista José Luís Oliveira Lima, defensor do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, mira o ex-deputado do PTB, Roberto Jefferson, autor da denúncia que levou à cassação do ex-ministro. A defesa vai sustentar na tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) que "a história foi montada por Jefferson" e que o esquema de compra de apoio parlamentar "não existiu". As informações foram publicadas no jornal

Esta sala, no Supremo Tribunal Federal (STF), guarda todos os arquivos relacionados ao processo do mensalão
Esta sala, no Supremo Tribunal Federal (STF), guarda todos os arquivos relacionados ao processo do mensalão
Foto: Gustavo Gantois / Terra
Estado de S. Paulo.

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Zé Dirceu é apontado pela Procuradoria-Geral da República como principal articulador da "sofisticada organização criminosa". Segundo o criminalista, em mais de 500 depoimentos, nenhuma testemunha confirma as acusações levantadas pelo ex-deputado. Conforme ele, a prova judicial assegurou que o seu cliente se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares, não decidia nomeações e não mantinha vínculo com Marcos Valério. José Lima fará a defesa do ex-ministro nesta sexta-feira no STF.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Fonte: Terra
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