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Julgamento do Mensalão

Com voto de Barbosa por condenação, Cunha chega aos TTs

16 ago 2012 - 18h38
(atualizado às 20h24)
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Enquanto o relator do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, lia a primeira parte de seu voto condenando o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) por lavagem de dinheiro, o nome do petista aparecia nos Trending Topics, os assuntos mais comentados no momento pelos usuários do Twitter. Candidato à prefeitura de Osasco (SP), Cunha possui perfil no microblog, mas não escreve nada desde quarta-feira.

Relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa começou seu voto condenando João Paulo Cunha (PT-SP)
Relator do processo, o ministro Joaquim Barbosa começou seu voto condenando João Paulo Cunha (PT-SP)
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

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Muitos internautas que citaram o nome do deputado cobraram a presença dele na rede social para comentar a condenação pelo relator do processo. Cunha tem evitado falar sobre o assunto e usa seu perfil no Twitter para divulgar as propostas de campanha. No início da tarde de hoje, o nome do ministro Joaquim Barbosa também estava entre os assuntos mais comentados pelos internautas.

No início da fala, Barbosa defendeu a condenação de João Paulo Cunha e dos sócios da agência de publicidade SMP&B - Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz - por crimes de corrupção envolvendo a relação da empresa com o ex-presidente da Câmara. O relator disse que, um dia após uma reunião com Valério, Cunha recebeu R$ 50 mil e depois desse pagamento, "a empresa foi contratada".

O advogado de Cunha, Alberto Zacharias Toron , disse na quarta-feira, dia 8, durante sua sustentação oral no STF, que não houve comprovação sobre a forma com que Cunha beneficiaria a empresa de Valério sob o recebimento de R$ 50 mil. Ele negou irregularidades na contratação da agência e afirmou que, no contrato firmado durante a gestão de Aécio Neves na presidência da Câmara, eram permitidas as subcontratações colocadas sob suspeita pela Procuradoria Geral da República.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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