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Julgamento do Mensalão

Após condenação no STF, Costa Neto é reconduzido a cargo no PR

23 out 2012 - 20h59
(atualizado às 21h09)
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Após ser condenado no julgamento do mensalão, o deputado Valdemar Costa Neto (SP) foi reconduzido ao cargo de secretário-geral na executiva nacional do Partido da República (PR, antigo PL). Condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Costa Neto foi mantido no cargo no último domingo em reunião da executiva em Brasília. O senador Alfredo Nascimento (AM) foi reconduzido ao cargo de presidente no mesmo encontro.

Valdemar Costa Neto foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão
Valdemar Costa Neto foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão
Foto: José Cruz / Agência Brasil

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O estatuto do partido permite que Costa Neto permaneça no cargo pelos próximos quatro anos. De acordo com a assessoria da legenda, o fato de ser réu na ação penal 470 não impede o deputado de prosseguir como dirigente.

Considerado um dos políticos mais influentes do PR, Costa Neto foi absolvido do crime de formação de quadrilha depois que os ministros decidiram que o placar de empate beneficia os réus. Na denúncia, o Ministério Público (MP) afirma que o deputado recebeu R$ 8,8 milhões do "valerioduto" para capitanear o apoio do Partido Liberal (PL) à base de sustentação do governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural Kátia Rabello e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e do irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

Fonte: Terra
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