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Política

Juíza nega pedido de afastamento da governadora Yeda Crusius

10 ago 2009 - 21h59
(atualizado às 23h35)
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A juíza federal de Santa Maria (RS) Simone Barbisan Fortes negou, nesta segunda-feira, o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para afastar a governadora Yeda Crusius (PSDB) do cargo. A magistrada alegou que a denúncia é muito complexa e os fatos narrados são anteriores a novembro de 2007. Por isso, segundo a magistrada, a permanência de Yeda no cargo não teria influências na produção de provas.

Yeda participa de solenidade no Palácio Piratini, em julho
Yeda participa de solenidade no Palácio Piratini, em julho
Foto: Palácio Piratini/Jefferson Bernardes / Divulgação

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou na semana passada uma ação de improbidade administrativa contra a governadora do Rio Grande do Sul e mais oito pessoas. Na ação, os procuradores pediram o afastamento temporário dos agentes públicos de seus cargos enquanto durar o processo. Eles foram denunciados por enriquecimento ilícito e dano ao erário. A ação foi ajuizada na 3ª Vara federal de Santa Maria, município na região central do Estado.

"Os dados que sustentaram a ação de improbidade referem-se a fatos pretéritos, com termo final em novembro de 2007. Assim, não é possível concluir que a permanência da governadora em seu cargo poderia influenciar negativamente na produção de provas", diz o despacho. "Caso a ação fizesse referência a fatos atuais, aí sim poderia haver certo prejuízo para instrução em caso de manutenção dos agentes públicos envolvidos em suas funções, dada a possibilidade de sua influência em situações ainda não definidas", complementa a magistrada.

"De outro lado, a presente ação de improbidade é deveras complexa, e, por isso, fica difícil aferir, de plano, a suficiência de elementos que levem a concluir pela necessidade de afastamento da governadora do Estado de seu cargo. Destarte, cotejando os elementos acostados pelo MPF com os reflexos práticos que tal decisão traria à sociedade, não entendo razoável o afastamento solicitado".

A juíza Simone Fortes também decidiu derrubar o sigilo de parte do processo. A magistrada manteve em segredo as informações bancárias, financeiras e fiscais.

Procurada, a assessoria do governo gaúcho afirmou ainda não ter sido informada sobre a decisão. Na semana passada, Yeda disse que os procuradores fizeram um "circo político" ao anunciar a ação e que recorreria ao Conselho Superior do Ministério Público.

Investigações

O governo de Yeda tem sido alvo de acusações desde a Operação Rodin, da Polícia Federal, que investigou o suposto esquema envolvendo fraudes em contratos de prestação de serviços da Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência (Fatec) e Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae) para o Detran, e que causou o desvio de aproximadamente R$ 44 milhões dos cofres públicos, segundo o Ministério Público.

A situação ficou mais complicada depois que a revista Veja divulgou gravações mostrando conversas entre Marcelo Cavalcante, ex-assessor da governadora, e o empresário Lair Ferst, um dos coordenadores da campanha de Yeda e réu na Operação Rodin. O áudio indicaria o uso de caixa dois na campanha de Yeda para o governo do Estado.

Fonte: Terra
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