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Polícia

Jornal: Rosemary usou líder do PT na Câmara para obter favor

1 dez 2012 - 08h15
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Rosemary Noronha, ex-chefe do gabinete da Presidência em São Paulo, sugeriu num e-mail que o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) receberia vantagens para ajudar o grupo investigado pela Polícia Federal. Teixeira, líder do PT na Câmara, auxiliou Rose a se reunir com uma funcionária do governo que tinha poderes para encaminhar pedidos de empresas interessadas em ocupar ilhas da União. A mensagem que cita Teixeira foi enviada a Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) preso pela Polícia Federal no dia 23. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

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No e-mail, de abril de 2009, Rose discute com Vieira a justeza de um valor que ela reivindica: "Qto ao pagamento que está para chegar considero que vc não está me fazendo nenhum favor, entendo que trabalhei muito junto a gordinha. Vc já esqueceu da reunião com o deputado Paulo Teixeira? Não foi coisa tão simples. O retorno que recebi não é nada perto do que ele receberá... Não nasci ontem não sou boba!" Em seguida, Rose diz: "Se vc acha que não está correto aborte o envio dos 30 livros". O texto é cifrado, mas a PF já sabe que "gordinha" é Evangelina Pinho, ex-superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU ) em São Paulo. Os "30 livros" seriam R$ 30 mil. Evangelina aparece nas investigações da PF ajudando o ex-senador Gilberto Miranda a obter autorização da SPU para usar duas ilhas no litoral paulista. Teixeira confirmou que sua assessoria ajudou Rose a marcar a reunião com Evangelina. Ele diz, porém, que nada recebeu. Petistas disseram à publicação que foi Teixeira quem indicou Evangelina, mas o deputado nega.

Operação Porto Seguro

Deflagrada em 23 de novembro de 2012, a operação Porto Seguro, da Polícia Federal, investiga um esquema de favorecimento de interesses privados em processos públicos. As agências nacionais de Transportes Aquaviários (Antaq), de Águas (ANA), e de Aviação Civil (Anac), a Advocacia-Geral da União (AGU), a Secretaria do Patrimônio da União (SPU), o Tribunal de Contas da União (TCU), a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e o Ministério da Educação (MEC) estão entre os órgãos envolvidos na operação.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades de Cruzeiro (SP), Dracena (SP), Santos (SP), São Paulo e Brasília. Dezoito pessoas foram indiciadas suspeitas de participação no esquema, entre elas a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo, Rosemary Novoa de Noronha, e o advogado-geral adjunto da União, José Weber de Holanda Alves.

As investigações apontam que os acusados cometeram crimes de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, violação de sigilo funcional e formação de quadrilha. A presidente Dilma Rousseff determinou a exoneração ou afastamento de todos os servidores envolvidos.

Fonte: Terra
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