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Política

Jaqueline Roriz: relator diz que não transformará caso em circo

23 mar 2011 - 16h40
(atualizado às 16h51)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), relator do processo contra Jaqueline Roriz (PMN-DF) no Conselho de Ética da Câmara, afirmou nesta quarta-feira que não deixará o caso se transformar em um "circo". O parlamentar afirmou que somente convidará a depor no conselho aqueles que puderem ajudar a resolver o caso, sem transformar o episódio num "espetáculo circense".

Jaqueline Roriz responderá processo no Conselho de Ética da Câmara
Jaqueline Roriz responderá processo no Conselho de Ética da Câmara
Foto: Brizza Cavalcante / Agência Câmara

A parlamentar, filha do ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC), foi flagrada em um vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, no qual recebe dinheiro supostamente de caixa dois durante campanha para deputada distrital em 2006. Em nota, ela admitiu que a quantia se tratava de "recurso não contabilizado de campanha".

"Vamos ouvir todos aqueles que tiverem pertinência para a elucidação do fato. É um caso que causa um impacto negativo em todos nós, mas é importante não partidarizar a questão, nem expor as pessoas ao ridículo só para transformar o caso num espetáculo circense, midiático. Não é este critério que vai nortear o critério para escolha das testemunhas que serão sugeridas ou ouvidas pelo conselho", afirmou.

O relator do processo disse, ainda, que está estudando outros casos em que deputados foram julgados e cassados por atos praticados anteriormente ao mandato. "Há casos similares, mas nada igual. Esta é uma questão sobre a qual só irei me declarar no dia da apresentação do parecer", disse.

O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) sugeriu, durante a reunião da tarde de hoje, que o conselho convide o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para falar sobre as condições do acordo de delação premiada, feito entre a Justiça e Durval Barbosa. A proposta da audiência também é ouvir Gurgel sobre a operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, que terminou com a prisão e queda do ex-governador do DF, José Roberto Arruda, durante o episódio que ficou conhecido como "mensalão do DEM".

O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PDT-BA), afirmou que tentará notificar a deputada em seu gabinete ainda na tarde desta quarta, mesmo com Jaqueline fora de Brasília. No dia 14 de março, a deputada pediu afastamento de cinco dias das atividades parlamentares mediante atestado médico.

Depois que a deputada for notificada, começa a correr o prazo de cinco sessões ordinárias do conselho para que ela apresente sua defesa. O processo instaurado hoje foi apresentado pelo Psol e pede a perda de mandato da deputada. Com o início dos prazos do processo, Jaqueline Roriz perde o direito de renunciar para escapar da cassação.

Jaqueline também será investigada na Corregedoria da Câmara pelas denúncias de caixa dois e de que a deputada teria usado verba indenizatória de gabinete para pagar o aluguel de uma sala comercial em nome do seu marido, Manoel Neto, que aparece no vídeo de Durval recebendo dinheiro ao lado de Jaqueline. Por não ter sido encontrada após três tentativas de notificação sobre esse processo, a deputada foi informada via Diário Oficial na última segunda-feira. Ela tem até a próxima segunda-feira para apresentar sua defesa à Corregedoria, por escrito.

Fonte: Terra
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