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Política

Integração entre Uruguai e Brasil deve ser exemplo para América, diz Mujica

23 abr 2013 - 20h04
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O Uruguai e o Brasil tem que fazer um "experimento" que demonstre à América Latina que a "verdadeira integração dá benefícios mútuos" perante um Mercosul "estagnado" e com "medo" por conta da construção de um "sólido espaço econômico", afirmou nesta terça-feira o presidente José Mujica.

Em uma conversa realizada com cerca de 200 empresários da câmara de Comércio Uruguaia-Brasileira na cidade de Punta del Este, o veterano líder fez uma firme defesa da integração regional e particularmente da cada vez mais próxima relação entre seu país e o Brasil, uma das apostas mais sólidas do Governo uruguaio.

Segundo informou a Presidência uruguaia em comunicado, Mujica destacou no contexto internacional que a associação e cooperação são o caminho a seguir e para isso, é necessário "construir uma confiança que não existe, fundar a cooperação e rebaixar os trâmites".

Assim, defendeu os planos desenvolvidos de forma conjunta por seu Governo e o de Brasília, com os quais pretende que em 2014 não exista fronteira para as mercadorias e as pessoas", entre ambos os países.

"A integração federal, aberta, a construção de um sólido espaço econômico é uma ferramenae de autodefesa para as gerações que virão, onde a resposta é associação e cooperação", acrescentou.

Mujica se mostrou esperançoso que com essa maior integração, o resto dos povos da região possam romper "a barreira cultural histórica de ter vivido fechados" em seus "próprios portos" e tomem "coragem" a "partir dos fatos".

Nesse sentido, apontou que a seu pequeno país, com menos de 3,5 milhões de habitantes, interessa investir em temas logísticos, mas apenas para "servir à região".

Perante os empresários brasileiros, o líder apontou que em troca desse serviço, o Uruguai tem para oferecer seu sistema político, que não é "perfeito", mas que no contexto da América Latina é "profundamente honesto".

Desde que assumiu o poder em março de 2010, Mujica, um ex-guerrilheiro tupamaro de 78 anos, se esforçou para criar uma boa relação como Brasil, como o expressou após sua primeira reunião oficial com o então presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, e afastar-se da Argentina, fonte de constantes conflitos para o Governo uruguaio fundamentalmente devido a seu protecionismo.

No ano passado, Uruguai e Brasil concordaram em criar um Grupo de Alto Nível e desenharam um Plano de Ação para o Desenvolvimento Sustentável e a Integração com projetos específicos em áreas como petróleo e gás, construção naval, energia eólica e biotecnologia.

EFE   
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