PUBLICIDADE

Política

Independência da Câmara dá o tom de discursos de candidatos

Eduardo Cunha defendeu que PT não comande Câmara para evitar submissão; Arlindo Chinaglia considera um "erro dramático" falar em subordinação

1 fev 2015 - 19h32
(atualizado às 19h38)
Compartilhar
Exibir comentários
Candidatos a presidência da Câmara dos Deputados: Júlio Delgado (PSB-MG), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Chico Alencar (Psol-RJ).
Candidatos a presidência da Câmara dos Deputados: Júlio Delgado (PSB-MG), Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Chico Alencar (Psol-RJ).
Foto: Arte Terra

A independência dos trabalhos da Câmara dos Deputados em relação ao Palácio do Planalto deu o tom dos discursos dos principais candidatos para a presidência da Casa neste domingo. Favorito na disputa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) defendeu que os poderes Executivo e Legislativo precisam ser liderados por partido diferentes, para evitar um modelo de “submissão”. O petista Arlindo Chinaglia (SP), seu principal adversário, considerou um erro achar que a Câmara possa ser subordinada.

Muito aplaudido pelos deputados, Cunha lembrou quando Aldo Rebelo (PCdoB-SP) perdeu a sucessão presidencial para Chinaglia, mesmo após defender que seria saudável um partido diferente ao do presidente da República liderar a Câmara.

“Vimos qual a diferença de ter o mesmo partido do poder executivo no poder legislativo. Acaba dando como consequência uma submissão”, discursou Eduardo Cunha.

Lembrando um caso recente, Cunha disse que só com um presidente independente é possível colocar em votação propostas da oposição ou que não tenham interesse do Palácio do Planalto. “Um presidente que é ligado ao governo colocaria em pauta um decreto legislativo do DEM que derruba um decreto da presidente da República”, disse, ao lembrar da derrota de Dilma Rousseff na matéria sobre conselhos populares. Nesse momento, aliados responderam com um sonoro “não!”.

Sem citar a presidente, Cunha disse que as urnas, nas últimas eleições, não demonstraram uma “hegemonia política”, mas uma vitória eleitoral. “Essa Casa tem que recuperar o seu orgulho, a sua altivez. Nós sabemos que as últimas eleições não teve uma hegemonia eleitoral, teve uma vitória eleitoral. E a vitória eleitoral não dá condições para a hegemonia política.

Chinaglia, que discursou antes do adversário, criticou o discurso de submissão. Segundo ele, considerar a Câmara dos Deputados um poder menor é “um erro dramático”. “Nós vivemos em um País desigual, vivemos em um País ainda profundamente injusto apesar de avanços ao longo de décadas. Mas nós sabemos que a Câmara dos Deputados, que muitas vezes é tida e havida como um poder menor, se alguém imagina a Câmara dos deputados subjugada, quero dizer que é um erro dramático”, disse.

De olho num segundo turno com Cunha, Chinaglia apelou para uma citação do senador tucano José Serra (SP). O PSDB apoia formalmente Júlio Delgado (PSB-MG) e tem a terceira maior bancada da Casa. “Ele falou a propósito dessas eleições: não podemos apenas derrotar o PT sem pensar que é melhor para o país. Eu liguei para ele e agradeci”, disse.

O candidato da oposição, Júlio Delgado criticou os discursos de independência sendo que as outras duas candidaturas são de partidos da base aliada. E fez um apelo aos novos deputados. “Nós podemos estar sendo mudados em 2018. Façamos a escolha com responsabilidade”, discursou.

Primeiro a discursar, Chico Alencar (Psol-RJ) defendeu uma Câmara mais próxima dos brasileiros. “Por uma pauta de interessa da população que supere o abismo entre o Congresso e a população”, disse.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade