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Impeachment

#DilmaFica: atos em todo Brasil se unem contra impeachment

16 dez 2015 - 18h06
(atualizado às 19h02)
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Avenida Paulista, em São Paulo (SP)
Avenida Paulista, em São Paulo (SP)
Foto: André Lucas Almeida / Futura Press

Movimentos sociais e sindicais, professores e estudantes tomaram as ruas de diversas capitais do Brasil na tarde desta quarta-feira em defesa do PT e da democracia e contra o pedido de abertura de impeachment à presidente Dilma Rousseff. Outra reivindicação na pauta dos manifestantes é a saída imediata do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

Pelo menos 23 cidades (18 capitais) registravam atos a favor de Dilma: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,  Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

São Paulo tem Paulista interditada

A capital paulista teve manifestação em peso no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e interditou um trecho da Avenida Paulista. Participam do ato integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Intersindical, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros.

Avenida Paulista, em São Paulo (SP)
Avenida Paulista, em São Paulo (SP)
Foto: Rogério Cavalheiro / Futura Press

A Polícia Militar não divulgou ainda o número de manifestantes, mas milhares de pessoas já fecham a pista sentido Paraíso/Consolação da Avenida Paulista. A maior parte delas usa camisa vermelha e bandeiras do Brasil e dos movimentos sociais.

O ato ocorre em diversas cidades do país. Segundo Vagner Freitas, presidente nacional da CUT, o ato ocorre em 70 cidades de 26 estados. Em São Paulo, a ideia dos movimentos sociais e entidades sindicais é fazer uma caminhada até a Praça da República, no centro da capital paulista. Os manifestantes aguardam no vão-livre do Masp o início do ato político.

"É um ato cívico, um ato em defesa da democracia, em defesa da cidadania e da liberdade, pelo fora Cunha e pela mudança da política econômica”, disse Freitas. O presidente da CUT estima que 50 mil pessoas devam participar da manifestação. “O Brasil precisa de tranquilidade para construir um projeto de desenvolvimento. Nossa agenda não é do impeachment e da Lava Jato. É da mudança da política econômica e da construção de um projeto de desenvolvimento", acrescentou.

Para o presidente da CUT, esta é a primeira vez, desde o pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, que os movimentos sindicais e sociais se unem. “Toda vez que a democracia e os direitos dos trabalhadores estão em risco, as centrais sindicais e movimentos sociais brasileiros têm cumprido seu papel de se juntar e fazer a defesa desses direitos. Acho que é a maior ação coletiva das centrais e dos movimentos sociais desde o impeachment do Collor. E isso se deve ao Cunha, que unifica todos contra ele”, disse à Agência Brasil.

Cunha é o alvo no Rio

Manifestantes que protestam contra a possibilidade de impeachment da presidenta Dilma Rousseff fizeram um ato em frente ao escritório do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no centro do Rio. Durante o ato, eles jogaram para o alto notas de dinheiro impressas com a imagem de Cunha .

Aos gritos de “empurra o Cunha que ele cai” e “não vai ter golpe”, os manifestantes, a maioria formada por jovens ligados a partidos e organizações de esquerda, participam de um ato político unificado, no Rio marcado para a Cinelândia e que ocorre também em outras cidades do país.

Os jovens estavam concentrados em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O policiamento foi reforçado, mas os policiais não intervêm em meio ao grupo, ficando apenas no entorno dos ativistas.

Um grupo de PMs ficou em frente à portaria do edifício, na esquina das avenidas Rio Branco e Nilo Peçanha, para evitar uma possível invasão. Um palco foi montado na Cinelândia em ato convocado pela Frente Brasil Popular contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. A frente reúne cerca de 50 entidades sindicais e movimentos sociais em todo o país.

De acordo com o presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, o ato pede também a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que, segundo ele, tem exercido abuso de poder no cargo.

Foto: André Lucas Almeida / Futura Press

"É um ato contra o golpe. O mote é 'não vai ter golpe'. Vamos fazer um ato mais amplo, mais leve, mais aberto para quem quiser falar. É lamentável que um processo como esse tenha ido parar no STF (Supremo Tribunal Federal) e a gente espera que o STF cumpra o seu papel, que é zelar pela Constituição brasileira”, disse.

Para a integrante da União dos Negros pela igualdade, Sônia Nascimento, um possível impeachment de Dilma seria uma ruptura no regime democrático. "A gente acha que é um golpe porque não tem provado nada contra a nossa presidenta. Ela não foi julgada, não tem nada que desabone a conduta dela enquanto presidenta do país, por isso a gente vê a iminência de um golpe”, afirmou.

Para Sônia, o país precisa melhorar em vários setores, por exemplo, na saúde que é na educação. “Mas não é por isso que a gente vai querer um golpe, a gente vai lutar pela democracia, para que o país melhore cada vez mais. A gente ficando passível pelo golpe, o país retrocede", acrescentou.

O ator Osmar Prado disse que está participando da manifestação como cidadão, representando a classe artística engajada na luta democrática. "Nós estamos hoje aqui pelo Estado Democrático de Direito, para garantir a governabilidade do governo legitimamente  eleito de Dilma Rousseff, para que não hajam casuísmos, golpes ou tentativas antidemocráticas de tomada de poder”.

Prado afirmou ainda que todos os governos fizeram manobras fiscais como as que Dilma está sendo acusada. "Deixem Dilma governar e derrotem-na se o quiserem, democraticamente, em 2018, se o povo assim o permitir".

Com informações da Agência Brasil

Fonte: Terra
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