PUBLICIDADE

Impeachment

Deputado do PT vê 60% de chance de impeachment de Dilma

11 dez 2015 - 08h00
Compartilhar
Exibir comentários
Zé Geraldo chegou a ser anunciado como relator do processo contra Cunha, mas presidente do Conselho de Ética voltou atrás
Zé Geraldo chegou a ser anunciado como relator do processo contra Cunha, mas presidente do Conselho de Ética voltou atrás
Foto: Flickr/Senado Federal / O Financista

O deputado Zé Geraldo (PT-PA), integrante do Conselho de Ética da Câmara, disse em entrevista a O Financista que há 60% de chance de o impeachment da presidente Dilma Rousseff virar realidade. Embora ressalte que está "lutando para esse número diminuir", o parlamentar observa que a briga para mantê-la no cargo, que já está acirrada, tende a piorar.

“Nós precisamos de 171 votos na Câmara para evitar (o impeachment). Nesta semana, tivemos um teste, quando obtivemos 199 votos. Só que a conjuntura deve apertar ainda mais: até maio e junho, a mídia nacional vai contribuir e liderar rumo a essa pauta e o Congresso esá entrando nessa onda”, declarou Geraldo.

O parlamentar, que vê o processo de impedimento como “perigoso e ruim”, afirmou que não há nada que atinja a presidente Dilma eticamente. “Do ponto de vista jurídico, não há razão alguma para o impeachment, porque todas as ações da presidente têm respaldo da lei. O impeachment é uma batalha política de quem perdeu as eleições”, completou.

Mas não são apenas os aspectos legais que pesarão sobre o destino de sua companheira de partido. Os interesses políticos também são grandes, desencontrados e atiçam os poderosos da vez. Um deles é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, um inimigo declarado de Dilma, a quem acusa de conspirar para derrubá-lo, por meio da Operação Lava Jato.

Para Zé Geraldo, que integra o Conselho de Ética responsável por avaliar sua eventtual cassação o peemedebista carioca é “um cidadão que faz política de forma raivosa, chantagista e que está envolvido em tudo o que é jogo sujo”. O deputado também ressalta que ele tem se aliado a um grupo de parlamentares conservadores na Câmara e tem colocado uma pauta conservadora “que não teve rendimento nenhum no Congresso” ao longo do ano.

Outro ator importante - e o mais intrigante - é o vice-presidente Michel Temer . Para Zé Geraldo, Temer tem o desejo pessoal de assumir a presidência da República: “Ele recebe uma pressão do PSDB, do DEM, do PMDB e de Eduardo Cunha. Naturalmente, ele está pensando nisso, com a conjuntura caminhando para o impeachment”.

Nesta semana, Zé Geraldo chegou a ser anunciado como relator do processo contra Cunha, mas o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA) voltou atrás da decisão "para evitar novas contestações à Mesa Diretora da Câmara sobre a escolha. 

O Financista Todos os direitos reservados
Compartilhar
Publicidade
Publicidade