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Política

Ideli nega envolvimento na elaboração de 'dossiê dos aloprados'

27 jun 2011 - 16h39
(atualizado às 16h50)
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Luciana Cobucci
Direto de Brasília

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou nesta segunda-feira que tenha participado da elaboração de um dossiê, em 2006, contra o então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, caso que ficou conhecido como Dossiê dos Aloprados. Em nota, Ideli citou o ministro da Ciência e Tecnologia, o petista Aloizio Mercadante (à época, líder do governo no Senado), que considerou infundadas as acusações. "(É) falaciosa a tentativa de me envolver na participação da elaboração do suposto dossiê citado pela revista Veja", disse a ministra.

Uma reportagem da revista Veja apontou que o escândalo conhecido como Dossiê dos Aloprados - que envolveu a compra de documentos falsos, em 2006, que ligariam o tucano José Serra a um esquema de fraudes no Ministério da Saúde - teve como mentores Mercadante e o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB). Os três disputavam, na época, as eleições ao governo de São Paulo. O dossiê denegriria a imagem de Serra, à frente nas pesquisas desde o início da disputa. Cerca de R$ 1,75 milhão em dinheiro foi encontrado em setembro daquele ano em um hotel de São Paulo. O dinheiro, cuja origem segue desconhecida, seria utilizado para comprar o dossiê.

Ideli também negou ter participado de reuniões cujo tema tenha sido a elaboração de material contra Serra. A ministra afirmou, ainda, que somente tratou com Mercadante sobre um depoimento que seria dado ao Conselho de Ética da Casa. Ideli negou, ainda, que poderia se beneficiar com a divulgação de informações contra José Serra.

"Na condição de líder da bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado fui chamada ao gabinete do então líder do governo, Aloizio Mercadante, para uma reunião em setembro do mesmo ano para tratar de um depoimento que seria dado ao Conselho de Ética do Senado. Naquela ocasião, como bem declarou o ministro Aloizio Mercadante, apenas expressei que o Conselho de Ética não seria o fórum adequado para debater tal assunto", afirmou.

Nesta segunda, Mercadante disse ser inaceitável envolver Ideli no caso. Para o ministro, a história só voltou à tona porque Quércia morreu no fim do ano passado. "Cinco anos depois, tentar envolver a Ideli porque ela acabou de virar ministra, sem nenhuma base, sem nenhum indício, sem nada que possa levar a esse raciocínio, é inaceitável", disse Mercadante. "Mas amanhã vocês podem assistir que a gente desmonta". Na terça, Mercadante estará em uma audiência pública no Senado sobre o caso.

Fonte: Terra
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