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Governo quer impedir votação que iguala mínimo a aposentadoria

3 nov 2009 - 19h32
(atualizado às 19h57)
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Laryssa Borges
Direto de Brasília

O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, informou nesta terça-feira que o governo irá trabalhar para evitar que seja votada no Congresso a proposta que determina que os aposentados e pensionistas tenham seus benefícios reajustados nos mesmos patamares do salário mínimo. Mesmo sem acordo na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), incluiu o projeto na pauta de deliberações do Plenário.

"Nós já conversamos com líderes do governo de não colocar esse tema em votação, articular junto com os demais líderes para que esse tema não entre em votação. Os líderes tanto da base quanto do governo vão trabalhar para que isso não entre em votação", disse o ministro. "Nós, tanto o líder do governo quanto dos demais partidos da coalizão estão trabalhando para que em se voltando a discutir se colocar ou não na pauta que esse tema não entre na pauta por avaliar que não é o momento de votá-lo", completou o coordenador político do governo.

Se aprovada, a proposta pode beneficiar cerca de 8 milhões de aposentados e, na avaliação do governo, inviabilizar as contas da Previdência Social.

"O governo vai continuar discutindo com as centrais sindicais, com os partidos da base (...), qualquer alternativa para esse tema. O fundamental para nós é que a gente consiga aprovar a política de salário mínimo. Toda essa discussão dos aposentados veio apensada ao projeto de política do salário mínimo, que é o projeto que o nosso governo construiu com as centrais sindicais, uma negociação intensa envolvendo diretamente o presidente. Para nós o fundamental é garantir a aprovação da política do salário mínimo", disse. Ao contrário do que haviam anunciado os ministros da Previdência, José Pimentel, e da Secretaria Geral, Luiz Dulci, em agosto, ainda não existe um acordo fechado com sindicalistas para evitar a equiparação dos reajustes salariais.

"Estamos construindo (um acordo). Estamos dialogando ainda com as centrais sindicais, tanto a Força Sindical, quanto a CUT, as novas centrais e a associação doas aposentados. Estamos discutindo qual que é essa proposta. Não é que teve um regresso. Não teve um fechamento da proposta ainda", disse.

O coordenador político do governo evitou confirmar se o presidente Lula poderia vetar a proposta de equiparação eventualmente aprovada pelos parlamentares, mas ressaltou que os reajustes nos mesmos índices do salário mínimo são "insustentáveis".

"Nós estamos procurando, junto com as centrais sindicais e os líderes da base, uma proposta alternativa justamente porque não concordamos com a emenda que existe que leva esse aumento para todos os aposentados. É uma emenda que é insustentável para o governo federal e os impactos que isso tem. Não é o momento para se aprovar um tema como esse. Em função disso estamos discutindo com as centrais sindicais. O Brasil está em um momento importante de superação da crise internacional, de recuperação das suas receitas. Achamos que esse não é o momento para trazer esse debate agora. Estou absolutamente convencido que o Congresso é sensível a essa situação do Brasil e o Congresso sabe também da importância de aprovarmos uma política do salário mínimo permanente", argumentou o ministro.

Fonte: Terra
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