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Política

Governo anuncia corte de R$ 69 bi em despesas e prevê redução de 1,2% no PIB

22 mai 2015 - 20h11
(atualizado às 20h35)
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O governo federal anunciou nesta sexta-feira um corte de R$ 69,9 bilhões no orçamento deste ano e previu que a economia do país registrará uma contração de 1,2% em 2015, superior aos 0,9% projetados até agora.

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, também admitiu em que a inflação fechará em 2015 em torno de 8,26%, apesar de o governo trabalhar com uma meta de 4,5% e um teto máximo de 6,5%.

Além disso, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff fixou um superávit primário equivalente a 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa uma economia de R$ 63,3 bilhões.

Barbosa explicou que o corte de gastos é "imprescindível" frente às previsões de crescimento negativo, mas garantiu que o esforço fiscal permitirá que a economia comece a mostrar uma recuperação no segundo semestre deste ano.

Todas as áreas do governo contribuirão com corte, exceto os programas sociais, que consomem 0,5% do PIB e foram considerados como "prioritários" pelo governo.

No entanto, indicou que a maior redução, equivalente a quase um terço do total da economia proposta, afetará as obras de infraestrutura. Grande parte será oferecida em regime de concessão para o setor privado para não paralisar as obras.

O corte anunciado hoje faz parte de um plano de ajuste fiscal que inclui uma série de medidas para aumentar a arrecadação, especialmente através de um aumento da carga tributária, mas que ainda depende da aprovação do Congresso.

Tanto a retração como a inflação agora previstas para este ano pelo governo estão de acordo com os cálculos de analistas do setor privado, que alertaram nos últimos meses que a economia brasileira se encontra a beira de uma recessão.

O Banco Central informou ontem que a economia brasileira já está em recessão técnica, após sofrer uma redução do 0,81% nos três meses do ano em relação ao último trimestre de 2014, quando tinha diminuído 0,2%.

O dado corresponde ao Índice da Atividade Econômica (IBC-BR) com o qual o Banco Central tenta antecipar o comportamento do PIB. Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, os cálculos mostraram nesta ocasião a "velocidade atual da economia".

Se confirmadas essas previsões, agora avalizadas pelo próprio governo, a economia brasileira terá em 2015 seu pior resultado desde 1990, quando foi registrada uma queda de 4,35%.

Apesar disso, o plano do governo federal já recebeu aval do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ontem, a diretora-geral do órgão, Christine Lagarde, se reuniu com Levy e com a presidente Dilma.

Lagarde disse que, apesar de não conhecer detalhes do programa de ajuste, cortar despesas é a "receita correta" na atual situação da economia do país.

EFE   
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