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Política

GO: suposta ligação com Cachoeira derruba segundo auxiliar de Perillo

4 abr 2012 - 20h03
(atualizado às 20h11)
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MIRELLE IRENE
Direto de Goiânia

Após a chefe de gabinete da Governadoria, Eliane Pinheiro, que entregou carta de exoneração ao governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na noite de terça-feira, ter saído do governo, o presidente do Detran, Edivaldo Cardoso, também comunicou sua saída da administração estadual na tarde desta quarta-feira. O governador já aceitou o pedido e nomeou o controlador-geral do Estado, José Carlos Siqueira, para ocupar, interinamente, a presidência do órgão.

Cardoso é o segundo auxiliar de Marconi que cai em menos de 24 horas, por causa de supostas ligações com o tráfico de influência montado com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O nome dele teria aparecido em gravações telefônicas da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que indicariam que ele favoreceu os negócios de Cachoeira ao intermediar transações de empresas ligadas ao bicheiro com o governo. Sua indicação para o cargo também teria partido de Carlinhos.

Na carta de exoneração, Edivaldo Cardoso diz que "setores da mídia e adversários políticos" é que estariam vinculando suas "atividades privadas" com sua atuação no governo de Goiás. Segundo o ex-presidente do Detran, para evitar constrangimentos ao Governo, ele se afastou do cargo para "aguardar o desenrolar dos fatos até que a sanha de uns se satisfaça e volte a prevalecer o verdadeiro Estado democrático de Direito". O ex-presidente do Detran lembra que não é citado como investigado na Operação da PF. "Tenho certeza de que estarei absolutamente inocentado de qualquer suspeita ou acusação", assegura, na carta.

Carlinhos Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo da Polícia Federal e permanece na cadeia desde então. Durante as investigações, a PF gravou inúmeras conversas dele, que é considerado o controlador do jogo do bicho e de outros jogos ilegais em Goiás, com Demóstenes Torres e os deputados Sandes Júnior (PP-GO), Carlos Lereia (PSDB-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ).

Veja na íntegra a carta:

Caro amigo, governador Marconi Perillo,

Diante dos últimos fatos noticiados e principalmente pela minha inabalável crença no sentido de que a verdade sempre prevalecerá, apresento a Vossa Excelência meu pedido de exoneração do cargo de Presidente do Detran-GO.

Nos últimos dias, setores da mídia e adversários políticos procuraram de todas as formas vincular minhas atividades eminentemente privadas, sobre as quais inclusive tenho a prerrogativa de manter sigilo, notadamente as que envolvem minha atividade profissional como advogado, com a minha atuação como membro da equipe do Governo de Goiás.

É claro que isso cria a possibilidade de constrangimentos ao Governo de Vossa Excelência, bem como a meus clientes constituídos, não me restando alternativa que não aguardar o desenrolar dos fatos até que a sanha de uns se satisfaça e volte a prevalecer o verdadeiro Estado democrático de Direito, pelo qual todos têm direito de se defender com a presunção da inocência.

Não posso deixar de registrar que, em qualquer operação policial ou judiciária em andamento, sequer sou citado como investigado, apesar da maneira estridente com que ilações são repercutidas em parte da mídia. E também que estarei aguardando com tranquilidade e paz de espírito a conclusão de todo esse processo, quando tenho certeza de que estarei absolutamente inocentado de qualquer suspeita ou acusação.

Quero registrar o meu mais profundo agradecimento por ter integrado o Governo de Vossa Excelência, convicto sou de que seu elevado espírito público e competência continuarão a guiar com efeitos positivos os destinos do Estado de Goiás, até a consecução do seu compromisso maior de campanha, que é realizar o melhor Governo da vida dos goianos.Com os meus respeitos,

Edivaldo Cardoso

Fonte: Terra
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