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Política

García-Margallo aposta no Brasil para acelerar negociações com o Mercosul

18 jun 2015 - 14h35
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O ministro de Relações Exteriores e Cooperação da Espanha, José Manuel García-Margallo, defendeu nesta quinta-feira a aceleração das negociações entre União Europeia (UE) e Mercosul e afirmou que a Espanha é o país do bloco europeu com menos dificuldades para consolidar o acordo.

"Chegou a hora de acelerar o Mercosul", afirmou García-Margallo durante sua participação no fórum Efe Café da Manhã, evento organizado pela Agência Efe em São Paulo que contou com a presença de empresários, diplomatas e jornalistas.

Para o ministro, "esse acordo de associação favorece a todos", e a Espanha é o país mais aberto para a negociação, em comparação com outros membros do bloco europeu mais cautelosos.

"É preciso deixar esses temores para trás porque não é para tanto, mas essa é uma decisão que precisa ser tomada pelos quatro países do Mercosul interessados na negociação", comentou o chanceler, que ressaltou que "não serão dados grandes passos enquanto não terminar a corrida eleitoral na Argentina".

De acordo com García-Margallo, "depois será possível ver se os países querem avançar com a mesma velocidade ou em ritmos diferentes". No entanto, ele destacou que a Venezuela, o mais novo integrante do Mercosul, "é um caso à parte porque está entrando no bloco mais lentamente, mas deverá tomar uma decisão".

García-Margallo citou como exemplo a negociação do bloco europeu com a Comunidade Andina, que acabou sendo firmada com Peru e Colômbia porque o Equador "decidiu não se incorporar".

Segundo o ministro, "no Mercosul o acordo tem que ser de região para região", e sua confirmação seria "um marco fundamental que pode melhorar enormemente as relações e um dos temas que pode favorecer a onda de investimentos" com o bloco do Cone Sul.

O chefe da diplomacia espanhola declarou que "os acordos de ajuda, associação e comércio estão se estendendo na região" e citou os tratados da UE com países como México, Chile, Peru e Colômbia.

"O acordo com o Mercosul nos permitiria fechar o triângulo com a União Europeia e a América Latina", disse o chanceler, que afirmou que no caso específico do gigante sul-americano.

"Queremos mais abertura do Mercosul para derrubar as barreiras tarifárias", analisou o representante do governo espanhol.

Sobre as relações bilaterais com o Brasil, o ministro foi categórico. Para ele, "a relação nunca foi ruim, a única questão de altos e baixos, que as más línguas dizem que existe, é que o Brasil não apoiou a candidatura da Espanha ao Conselho de Segurança da ONU e o obstáculo era sobre qual era a reforma necessária para o Conselho".

"Agora temos o diálogo estratégico e conversas permanentes", argumentou, lembrando que na reunião de quarta-feira com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, foi feito um repasse "amplo" de toda a agenda bilateral.

No café da manhã informativo, García-Margallo abordou temas internos da política e da economia espanholas, das relações com Cuba e Venezuela e falou sobre a Conferência do Clima 2015, que será realizada em Paris.

"Essa cúpula não pode ser apenas um assunto sobre meio ambiente, também deve ser de desenvolvimento sustentável e sobre matriz energética. O mundo perderá mais com a crise energética do que com a crise econômica", avaliou.

Depois do fórum, o ministro se encontrará nesta quinta-feira com representantes da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil e almoçará na sede do Banco Santander com empresários brasileiros.

O ministro de Relações Exteriores e Cooperação espanhol viajará nesta tarde para Salvador, onde se reunirá com autoridades locais e com empresários espanhóis, além de visitar o bairro do Candeal e a escola de música de Carlinhos Brown.

No fórum mediado pelo presidente da Agência Efe, José Antonio Vera, o chefe da diplomacia espanhola foi apresentado pelo jornalista brasileiro Humberto Saccomandi, repórter do jornal "Valor Econômico".

O nono fórum Efe Café da Manhã foi realizado no hotel Intercontinental e conta com o patrocínio das empresas espanholas Abertis, Everis, Air Europa, Gas Natural Fenosa e a biblioteca virtual brasileira Nuvem de Livros.

EFE   
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