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Política

FHC: união de oposição venezuelana deve ser exemplo para PSDB

26 abr 2011 - 22h25
(atualizado às 23h26)
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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta terça-feira, durante evento realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso (IFHC), que a união da oposição venezuelana deveria ser tomada como exemplo pelo PSDB, partido do qual é filiado e que vem sofrendo com uma divisão interna, que levou vários membros a deixarem uma das principais legendas de oposição do Brasil.

"Se quisermos ter um objetivo maior, como têm os venezuelanos hoje, que é de voltar a ter uma situação em que o PSDB exerça um papel construtivo no Brasil, na República, nós temos de estar unidos", comentou FHC, em referência à desfiliação de Walter Feldmann, um dos fundadores do partido. Feldmann é mais uma baixa do PSDB que passa a integrar o Partido Socialista Democrático (PSD), recém-criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

FHC pede a Dilma "sensibilidade" para crítica e diálogo com Venezuela

Fernando Henrique se encontrou com uma delegação de opositores venezuelanos liderados pela deputada María Corina Machado para a realização do debate A América Latina em um mundo em transformação, promovido pela IFHC.

No evento, Fernando Henrique pediu à presidente Dilma Rousseff e ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, "sensibilidade suficiente" para lidar com as críticas ao Governo venezuelano, sem deteriorar as relações e o diálogo entre os dois países.

"Dá a impressão de que, no que diz respeito aos direitos humanos, ela (Dilma) tem sido mais consequente em protestar. O Brasil tem interesses comuns com a Venezuela e nós não podemos, de repente, ter uma atitude que possa ser compreendida como contrária à Venezuela", disse o ex-presidente à imprensa.

"Como distinguir a defesa dos direitos humanos com a participação da Venezuela na América Latina, no Mercosul, de acordo com os nossos interesses? Espero que o Governo, sobretudo com o novo chanceler, tenha sensibilidade suficiente para ao mesmo tempo atender aos interesses do Brasil e da Venezuela", afirmou FHC.

No debate, os opositores venezuelanos pediram um papel mais relevante do Brasil no tema da defesa dos direitos humanos e da liberdade de imprensa. Além da deputada María Corina Machado, participaram também os economistas Ricardo Hausmann e Moisés Naím, o advogado Yon Goicoechea e as ativistas Manuela Bolívar Rivas e Sara Hanna.

EFE   
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