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Política

Estudantes decidem manter ocupação na Câmara do DF

5 dez 2009 - 12h40
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Keila Dias
Direto de Brasília

Os estudantes que ocupam o Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal há três dias decidiram na manhã deste sábado manter o acampamento, mesmo com o mandado judicial de reintegração de posse. O grupo afirma que não recebeu o termo de reintegração concedido pela Justiça na sexta-feira.

Manifestantes invadiram a Câmara do Distrito Federal na quarta-feira, após denúncias do suposto esquema do Mensalão do DEM
Manifestantes invadiram a Câmara do Distrito Federal na quarta-feira, após denúncias do suposto esquema do Mensalão do DEM
Foto: Figueiredo/Câmara Legislativa DF / Divulgação

Após uma reunião com o presidente interino da Casa, Cabo Patrício (PT), a comissão de estudantes não aceitou os argumentos para deixar o local. Um dos líderes do movimento, Rafael Barroso, afirma que a base aliada do governador José Roberto Arruda quer usar a ocupação como desculpa para a não realização de sessões na Câmara.

"Nós pressionamos o presidente da Câmara a cortar o ponto dos deputados faltosos. A segurança deles está garantida, limpamos tudo sempre que o plenário é solicitado, e a ocupação não é motivo para a paralisação dos trabalhos. A base quer só uma desculpa para dar mais tempo ao governador Arruda", disse.

O presidente da Casa ainda não vai solicitar reforço policial para forçar a saída dos estudantes. O deputado Cabo Patrício não quis se pronunciar antes de se reunir com a mesa diretora.

Na sexta-feira, mesmo tendo recorrido ao Poder Judiciário para garantir a reintegração de posse do Plenário e das instalações da Câmara Legislativa do Distrito Federal, o presidente da Casa, deputado Cabo Patrício (PT), recuou da disposição de liberar o local em caráter imediato.

Ocupação

Cerca de 150 manifestantes invadiram por volta das 14h30 de quarta-feira o prédio principal da Câmara Legislativa, quebraram o vidro da porta e ocuparam o Plenário da Casa.

Com apitos, faixas, panetones e até um caixão com um boneco representando o governador Arruda, estudantes e pessoas ligadas a partidos de oposição ao governo cobram a saída imediata do político democrata do poder.

Entenda o caso

O mensalão do governo do DF, cujos vídeos foram divulgados neste fim de semana, é resultado das investigações da operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal. O esquema de desvio de recursos públicos envolvia empresas de tecnologia para o pagamento de propina a deputados da base aliada.

O governador José Roberto Arruda aparece em um dos vídeos recebendo maços de dinheiro. As imagens foram gravadas pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que, na condição de réu em 37 processos, denunciou o esquema por conta da delação premiada. Em pronunciamento oficial, Arruda afirmou que os recursos recebidos durante a campanha foram "regularmente registrados e contabilizados".

As investigações da Operação Caixa de Pandora apontam indícios de que Arruda, assessores, deputados e empresários podem ter cometido os crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva e ativa, fraude em licitação, crime eleitoral e crime tributário.

Fonte: Especial para Terra
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